A nova sede do Centro Pop, localizada no bairro Castelo Branco, é o mesmo imóvel onde, semanas atrás, proprietários relataram que foram ameaçados por aceitarem alugar a casa para a Prefeitura de Rio Branco. A informação foi confirmada ao portal A GAZETA pelo secretário Municipal de Direitos Humanos e Assistência Social, João Marcos Luz, que se posicionou sobre as ameaças, afirmando que o caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público e que as responsáveis pelas intimidações devem ser responsabilizadas.
“Sim, é a mesma casa. No entanto, as proprietárias agora estão mais tranquilas, porque houve uma garantia do Ministério Público e da fiscalização. Eu encaminhei um pedido para avaliação de duas pessoas que, segundo os relatos, fizeram ameaças à senhora. O Ministério Público está ciente de tudo”, declarou Luz, assegurando que a situação está sendo investigada de forma rigorosa.
O imóvel foi alugado pela Prefeitura para dar continuidade ao atendimento à população em situação de rua, mas as ameaças relatadas pelas proprietárias geraram polêmica nas semanas seguintes à confirmação do aluguel. O secretário, no entanto, fez questão de afirmar que a mudança para o novo local foi realizada com todo o respaldo legal e apoio das autoridades competentes, como o Ministério Público.
Por fim, o secretário fez um apelo à população local, reforçando a importância da confiança na administração pública e nas mudanças em curso. “Eu peço que acreditem em nosso trabalho. O objetivo é sempre oferecer um serviço de qualidade, e quem realmente precisar será atendido de maneira digna”, concluiu João Marcos Luz.
“Estamos, de fato, implantando uma política séria”
Ainda na coletiva, João Marcos Luz enfatizou que as mudanças seguem a uma política do governo federal. “Estamos, de fato, implantando uma política séria. Um comitê municipal já foi criado por decreto, e o plano está em fase final de elaboração”, enfatizou, acrescentando que mudança visa, também, restringir o uso do serviço apenas àqueles que realmente necessitam, evitando que outras pessoas se aproveitem indevidamente da estrutura.
“A partir de agora, os usuários do serviço passarão a ser atendidos no Restaurante Popular, onde terão refeições em ambiente adequado, climatizado e com alimentação de qualidade. Além da alimentação, o eles terão palestras, rodas de conversa, cursos de capacitação e triagem para reinserção social e familiar. Nossa prioridade é essa: fazer com que essas pessoas voltem para o seio familiar”, ressaltou o secretário.
Apoio às famílias e novas frentes de acolhimento
Como parte da estratégia de reintegração, a Prefeitura está disposta a oferecer suporte material às famílias que aceitarem receber os parentes de volta. “Se a família precisar de um colchão, de um sacolão, nós vamos ajudar”, afirmou Luz. Além disso, parcerias com casas terapêuticas e o programa de aluguel social estão sendo ampliadas. “Hoje, dez pessoas já recebem o benefício, e a expectativa é de crescimento nos próximos meses, com base em avaliações técnicas da equipe da secretaria”, enfatiza.
De maneira enfática, João Marcos Luz reiterou que o foco da gestão municipal não é manter, mas retirar as pessoas das ruas. Ele criticou iniciativas que, segundo ele, apenas perpetuam a situação de vulnerabilidade. “O governo federal muitas vezes quer que a gente coloque bebedouro nas ruas, barraca nas ruas, banheira nas ruas. Isso não é política da cidade de Rio Branco”, declarou. “Nós queremos tirar as pessoas das ruas. E é isso que estamos fazendo, reordenando nossos serviços”, finalizou.