A Justiça do Acre decidiu manter a prisão dos oito investigados pelo assassinato de Yara Paulino, de 27 anos, morta brutalmente no dia 23 de março deste ano na Cidade do Povo, em Rio Branco. A decisão foi proferida pelo juiz Fábio Farias, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, durante audiência de custódia.
Todos os suspeitos foram levados para o Complexo Penitenciário de Rio Branco, onde permanecem à disposição da Justiça. Entre os detidos está Ismael Bezerra Freire, ex-marido de Yara e pai da filha dela, a bebê Cristina Maria, desaparecida desde o mês passado.
Prisões durante operação
As prisões ocorreram durante operação deflagrada na terça-feira, 29, pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que contou com apoio de outras forças de segurança.
A investigação aponta que os suspeitos participaram direta ou indiretamente da sessão de espancamento que resultou na morte de Yara, vítima de um “tribunal do crime” instaurado após a disseminação de boatos de que ela teria matado a própria filha.
Restos mortais de um animal, encontrados em um saco de ração, teriam sido confundidos com o corpo do bebê, o que teria motivado o linchamento.
O delegado Leonardo Ribeiro, responsável pelo inquérito, afirma que há provas de que Ismael Bezerra estava na casa da vítima durante as sessões de tortura, embora ele tenha negado em depoimento.
A maioria dos envolvidos, segundo a Polícia Civil, tem ligação com organizações criminosas e teria atuado tanto nas agressões quanto na execução da vítima. Um dos detidos, que já se encontrava no presídio, é apontado como possível mandante do crime.
Além das prisões, a operação também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão. Apesar do avanço nas investigações sobre o assassinato de Yara, o paradeiro da bebê Cristina Maria ainda é desconhecido. A polícia continua apurando o caso.