Não foi desta vez que o pedido de autorização de empréstimo de R$ 67 milhões pela prefeitura para renovação da frota de ônibus entrou na ordem do dia na Câmara de Rio Branco.
Isso porque vereadores da base do prefeito Tião Bocalom (PL) não chegaram a um consenso sobre o avanço da matéria, que segue travada nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Orçamento e Finanças (COF).
O impasse começou após parlamentares de oposição questionarem quem irá administrar os mais de 50 novos automóveis coletivos que serão comprados com o montante a ser obtido junto à Caixa Econômica, por meio do programa Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano (Refrota), do governo federal.
Enquanto alguns vereadores da base querem dar seu voto de confiança na prefeitura, outros aliados com perfil mais independente concordam que a administração precisa detalhar melhor a gestão da nova frota. Por causa disso, a matéria não tem data definida para ir a votação no plenário da Casa.
O petista André Kamai, que faz oposição de esquerda ao prefeito e é membro titular da CCJ, a comissão mais importante da Câmara, explica quais esclarecimentos a prefeitura não tem dado ao parlamento-mirim.
“Nós não sabemos, até hoje, se essa frota será entregue a uma empresa, se a prefeitura vai criar uma empresa pública para fazer o gerenciamento e de onde virão os custos para cobrir a manutenção dos ônibus. Enfim, nós só estamos pedindo que a gestão nos dê as informações técnicas sobre a operação desses equipamentos que eles querem adquirir. E, aparentemente, a prefeitura não quer dar essas informações, o que está causando divisão na própria base, que está tão insegura quanto nós com relação a esse empréstimo”.
Kamai reforça que o único consenso existente entre os vereadores é que o empréstimo é bom e que pode ajudar a minimizar os problemas do transporte coletivo da maior cidade do Acre.
“A questão é que não dá pra gente aprovar um empréstimo sem saber o que de fato será feito com os equipamentos que serão comprados. A prefeitura não é uma concessionária que compra carros pra botar numa garagem. Ela vai operar, então a gente quer saber como vai ser essa operação”, concluiu o petista.
O presidente da CCJ, vereador Aiache, do Progressistas, afirmou à reportagem que a comissão só irá liberar o projeto para votação em plenário quando forem exauridas todas as discussões acerca do pedido de autorização para o empréstimo milionário.