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Falácia

O problema não é o celular, mas a sigla da camisa de quem tem o celular. Ah, sim… eu tenho um iPhone. Sou a obcecada de iPhone! Deve ser porque, veja só, eu vivo no século XXI, num mundo capitalista, o que, por si só, não faz de ninguém capitalista, assim como não ter um iPhone não faz de ninguém socialista.
A falácia é a mesma. E a resposta também.

Celulares não são feitos por banqueiros, mas por trabalhadores, a maioria em condições precárias, explorados por gigantes da tecnologia.
O problema não é empunhar um celular. O problema é a lógica que governa sua produção e distribuição.

O fato me lembrou Elon Musk dizendo que a “empatia era a fraqueza essencial da civilização ocidental”.

Musk sabe muito bem o que diz, mas não a maioria que o admira. Sim, não devem ter noção do que é empatia – a capacidade de se colocar no lugar do outro. Ignoram, ao contrário do que diz esse líder neofascista, que a empatia nos fortalece na convivência com o outro, no cuidado mútuo, na justiça.

Ou o fraco é você (de caráter, de humanidade) que não enxerga as dores, os limites e as potências do outro. A empatia não é fraqueza. É resistência. É o que transforma indiferença em cuidado, e isolamento em encontro. É justamente o que impede que o “progresso” se torne destruição.

O que seria dessa dita civilização, construída por mãos que acumulam capital, se não fossem as mãos que curam — com palavras, com gestos, com acolhimento?

Sem isso, a pessoa é só uma engrenagem girando no vazio, desconectada de tudo o que faz a vida prestar.

E não é ser contra a tecnologia.
É ser contra um sistema em que poucos lucram bilhões enquanto muitos mal sobrevivem.
Ter um iPhone não anula automaticamente a consciência crítica.
O que anula é o cinismo de ser rico e ainda achar que meritocracia existe.

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