Um acidente envolvendo um adolescente de 14 anos fez muitas pessoas conhecerem um problema que pode acometer pessoas que se aventuram em altas altitudes.
Zane Wach estava começando a descer Monte Whitney, na Serra Nevada (Califórnia, EUA), em 10 de junho, quando, de acordo com o pai, Ryan, que o acompanhava, começou a ter “alucinações”.
“A ideia era que isso (subir a montanha) fosse uma espécie de introdução ao montanhismo”, declarou Ryan, de acordo com o site “SFGate”.
Mas o batismo acabou numa terrível provação. Segundo Ryan, o filho começou a apresentar repentinamente um comportamento estranho e afirmou estar vendo “bonecos de neve e o Sapo Caco (personagem famoso dos Muppets)”. Desnorteado, o adolescente caminhou até a beira do precipício e caiu de uma altura de 36 metros.
Alucinações são um sinal grave do mal da altitude (também conhecido como mal da montanha, doença das alturas ou hipobaropatia), especificamente o edema cerebral de alta altitude (ECGA), em que o cérebro incha devido à falta de oxigênio, de acordo com a Cleveland Clinic. O cérebro, privado de oxigênio suficiente, pode desenvolver edema, causando diversos sintomas neurológicos. Alpinistas e esquiadores já relataram os sintomas.
Além da confusão mental, a mal da altitude pode causar sintomas como dor de cabeça, náusea, fadiga, tontura e falta de ar, e em casos extremos, pode levar a complicações sérias. O quadro de Zane, com as alucinações citada pelo pai, poderia estar encaminhando para este último cenário.
“Meu palpite é uma combinação de exaustão, privação de sono, provavelmente alguma desidratação e efeitos duradouros do mal da altitude. Mas ele essencialmente começou a duvidar da realidade”, disse o americano.
O jovem sofreu traumatismo craniano grave e também fraturou um tornozelo, um dedo e parte da pélvis.
O adolescente foi levado de helicóptero para o Hospital Southern Inyo, em Lone Pine, e posteriormente transferido de avião para o centro de trauma pediátrico mais próximo, no Hospital Infantil Sunrise, em Las Vegas (Nevada).
No entanto, dada a extensão da queda, os médicos do Sunrise disseram que foi “um milagre” que ele não tenha sofrido ferimentos mais graves.
Zane, entretanto, continua em coma induzido. Mas a sua família tem motivos para ter esperança: a remoção do tubo de respiração esta semana representa um “marco gigante” na recuperação, à medida que os médicos começam a retirá-lo da sedação.
“O maior foco é observá-lo atentamente para que ele respire bem sozinho e consiga tossir e engolir”, disse Ryan, de acordo com o “NY Post”.
Por Extra