O pai que foi morto a tiros pelo filho tinha costume de elogiar e homenagear o adolescente. Em 2022, quando o garoto fez 11 anos, Antônio Carlos Teixeira, de 45 (foto em destaque) postou no Facebook: “Filho amado, irmão cuidadoso, aluno exemplar! Que Deus te cubra de bençãos, proteção e amor”.
Ainda na mensagem, ele completou: “Feliz aniversário, você é mais que um filho é um companheirinho, um amigão. És o meu amor”.
Teixeira, a esposa, e do caçula, de 3 anos, do casal,
Nas redes sociais, a família aparentava uma boa convivência, uma relação sadia e amor.
Ninguém imaginaria que, anos após essa declaração, o adolescente mataria o pai, a mãe, Inaila Teixeira, de 37 anos, e o irmão caçula, de 3 anos.
Mais detalhes do caso
- O caso é investigado pelos policiais civis da 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna), no Rio de Janeiro.
- O adolescente procurou a delegacia junto da avó paterna para relatar o desaparecimento dos pais e do irmão.
- Ele contou à polícia que o irmãozinho teria engasgado com um caco de vidro e que os pais sumiram ao levá-lo para o hospital.
- Ao investigar o suposto acidente, os policiais descobriram que nenhum hospital da cidade tinha registro da entrada da família.
- Diante da situação, os agentes foram até a casa da família. Eles sentiram um forte odor de putrefação e encontraram os corpos das vítimas dentro de uma cisterna.
- A quantidade de sangue espalhada pelo local era muito maior do que se esperaria em um simples acidente doméstico. Confrontado, o garoto confessou tudo.
- Ele disse que atirou na cabeça do pai e da mãe e no pescoço do irmão. O adolescente revelou que matou o caçula para “poupar o menino da dor de perder os pais”.
Uma das linhas de investigação da polícia envolve um namoro virtual com uma garota de 15 anos de Mato Grosso, que o adolescente conheceu em jogos on-line. - Segundo ele, os pais não aprovavam o relacionamento, e a garota teria dado um ultimato: ele precisava ir até lá vê-la.
- Como a família impediu a viagem, o adolescente teria tomado a decisão extrema.
- Durante a perícia na casa, os investigadores encontraram uma mochila pronta para viagem, com os celulares das vítimas guardados dentro.
- O adolescente, porém, não deu muitos detalhes sobre a namorada.
- Segundo a corporação, após os assassinatos, o jovem pesquisou como receber o FGTS de uma pessoa falecida. O pai dele teria direito a cerca de R$ 33 mil.
“Ele não demonstrou nenhum arrependimento”
De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, o garoto contou que dormia no quarto dos pais por causa do ar-condicionado. “Ele revelou que, na noite do crime, tomou um pré-treino para ficar acordado”.
“Depois que todos dormiram, pegou a arma escondida embaixo do colchão do casal – que pertencia ao pai – e cometeu os assassinatos”, reforçou o policial.
Também foi apurado que, depois de matar a família, o adolescente usou produto de limpeza para espalhar pelo chão até a cisterna, facilitando o transporte dos corpos. A arma foi encontrada na casa da avó, que disse tê-la guardado com medo de o neto se machucar, sem saber do crime.
Segundo o delegado, o adolescente foi frio e detalhista ao descrever tudo o que fez. “Ele não demonstrou nenhum arrependimento. Pelo contrário, disse que faria tudo de novo. Foi muito direto, se mostrava seguro. Ou ele premeditou tudo ou é um garoto extremamente inteligente”, concluiu Guimarães.
Namorada virtual
O delegado também confirmou que a jovem de 15 anos foi ouvida na delegacia de Água Boa (MT), na presença da mãe.
Ainda é apurado como foi a conversa entre os dois adolescentes e se a menor teria tido alguma participação no crime.
Por: Metrópoles