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Veja as piadas polêmicas que fizeram Leo Lins ser condenado à prisão

Veja as piadas polêmicas que fizeram Leo Lins ser condenado à prisão

Foto: Reprodução

O humorista Leo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão após veicular conteúdos considerados preconceituosos em um show de stand-up em 2022. Além da condenação, Leo Lins terá que pagar uma multa correspondente a 1.170 salários-mínimos vigentes na época da gravação, além de uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos, cabe recurso.

Os vídeos publicados em suas redes sociais continham declarações ofensivas contra negros, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus, idosos, obesos, pessoas com HIV e pessoas com deficiência.

O conteúdo que levou à condenação do comediante Leo Lins

Durante a apresentação, ele fez piadas que provocaram reações por seu teor discriminatório. Sobre gordofobia, afirmou: “Fobia é medo. Medo de gordo? Só se eu fosse feito de Nutella.” e ainda ironizou: “O aparelho de leg press está andando… um Transformer veio malhar?”

No que tange à homofobia e pessoas com HIV, proferiu a frase: “Sou gordo, adoro comer. Como vou emagrecer? Pegando AIDS! Sai comendo gay sem camisinha, uma hora dá certo!”

Piadas com PCDs, pessoas pretas e nordestinos

O humorista também direcionou piadas consideradas ofensivas a pessoas com deficiência física e intelectual, incluindo imitações dizendo: “Detector de metal impediu a entrada de 1 canivete e 2 cadeirantes.” e “Se tiver algum anão aqui, no final do show a gente estoura […] vai ser pequenas causas.” Questionou ainda: “É um padre artista ou um padre autista?” e respondeu mensagens com a frase “vou fazer igual seu filho e te ignorar.”

Comentários considerados racistas foram expressos na fala: “Negro com a Ku Klux Klan vai preso por agredir o Zé Gotinha.” e sobre o passado escravagista: “Na época da escravidão já nascia empregado e também achava ruim!”

Ao falar dos nordestinos, disse: “Você pegar voo pro Nordeste é uma experiência, porque tem umas pessoas com aparência primitiva […] Anda em 2D, parece um caranguejo.” e completou: “Tem ser humano que não é 100% humano. O nordestino do avião? 72%.”

Religiosos e indígenas também foram alvo de piada

Leo Lins também fez declarações sobre religiões, com destaque para: “respeito todas as religiões, menos Testemunhas de Jeová […] Fofoqueiro de Jeová […] Parece a Hinodê.” A respeito dos povos indígenas, afirmou: “Preconceito é coisa primitiva que nem o índio. Chega, não precisa mais.”

Entenda a decisão da Justiça

O julgamento ocorreu na 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo (TRF3), onde a Justiça entendeu que a liberdade de expressão não pode ser usada para encobrir práticas criminosas.

O caso foi classificado como crime formal, sem necessidade de uma vítima específica, e a condenação se fundamentou nos artigos da Lei do Racismo (Lei 7.716/89) e no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). O tribunal destacou que o contexto humorístico não elimina a gravidade das ofensas.

Por: Metrópoles

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