Servidores estaduais paralisaram, nesta quarta-feira, 25, em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e ao Palácio Rio Branco. A mobilização, começou às 8 horas e envolve trabalhadores de diversas áreas como Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura e Fazenda. Eles protestam contra o congelamento salarial e a falta de valorização do funcionalismo público.
Ao todo, 30 sindicatos que representam cerca de 40 mil servidores participam do movimento. Segundo o presidente do Sindicato dos Técnicos Gestores Públicos (Sintegesp), Girleano Nunes, a pauta inclui três principais reivindicações: a melhoria do auxílio de alimentação, que está a R$ 1 mil, que hoje parte em torno de R$ 420 a R$ 500; a instituição do auxílio de saúde, também no valor de R$ 1 mil; e o principal pleito, que é a reposição das perdas inflacionárias, a revisão geral anual, hoje no percentual de 20,39%.
A GAZETA entrou em contato com o governo para saber se vai se manifestar a respeito da paralisação e aguarda resposta até última atualização desta reportagem.
Questionado sobre a possibilidade de greve geral caso não haja avanços, Girleano afirmou: “A gente precisa que o governo estabeleça uma mesa de negociação com esse comando dos sindicatos, para que a gente possa chegar a um consenso entre as categorias de servidores públicos”.

Ele também criticou a justificativa apresentada pelo Executivo estadual de que há impedimentos legais para os reajustes. “O que nós não concordamos é essa questão do Estado dizer que não pode fazer mais nenhum tipo de concessão por implicações da LRF, sendo que esses pleitos podem sim ser concedidos, caso o Estado assim não queira”.
Os sindicatos protocolaram oficialmente suas reivindicações no último dia 13 de junho, mas, até agora, não houve retorno. “Nós estamos aguardando o posicionamento do Estado sobre esse pedido desse comando dos sindicatos”, afirmou o presidente do Sintegesp.

O servidor Gilmar Silveira, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), resumiu o sentimento da base. “Nós aqui estamos lutando por causas perdidas, antigas, que o governo nunca olhou para nós, esse governo que está aí, e ao mesmo tempo pedindo algo que abençoe todos que estão nessa necessidade, que é comprar o pão de cada dia, que não está dando mais”.
Gilmar também destacou a situação dos aposentados. “O governo tem que ajudar os funcionários públicos que estão se aposentando e não estão levando nada para casa. Geralmente, R$ 1 mil para cada um, e mais auxílio à alimentação, e mais alguma coisa a mais que ele puder sanear para todo mundo”.

O vereador André Kamai também participou do protesto e declarou apoio às reivindicações. “Eu acredito que hoje o povo, mais do que servidores da saúde, são servidores no geral”, disse. Para ele, “é importante, é fundamental que a gente apoie a luta dos servidores, dos trabalhadores do Estado, que têm tido muitas perdas nos últimos anos e que estão fazendo uma luta justa”.
Kamai defendeu que o governo abra diálogo com os trabalhadores: “É importante que o governo abra a mesa de negociação, sente com os servidores, trate dessa data base que é fundamental para esse momento agora, e a gente consiga avançar no que for possível”. Ao ser perguntado se os servidores podem contar com seu apoio, respondeu: “Claro. Eu estou sempre ao lado dos trabalhadores e vim aqui para prestar minha solidariedade aos trabalhadores do Estado, assim como fiz com os trabalhadores do município e continuo fazendo”.