A Justiça do Acre aceitou a denúncia do Ministério Público contra Camila Arruda Braz, de 37 anos, acusada de matar o próprio irmão, Ramon Arruda Braz, de 41 anos, com 37 facadas dentro de casa, no bairro Tucumã, em Rio Branco. O crime ocorreu no último dia 3 de junho. A decisão foi assinada pelo juiz Fábio Alexandre Costa de Farias e publicada nesta segunda-feira, 23.
Com a decisão, Camila passa oficialmente à condição de ré na ação penal por homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e por ter agido de forma que dificultou a defesa da vítima. O juiz também determinou que a acusada seja citada para apresentar defesa prévia no prazo de dez dias.
Além de receber a denúncia, o magistrado fixou prazo de 30 dias para a realização da audiência de instrução. A Justiça também pediu o envio do prontuário médico de Camila pelo Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), além da juntada do laudo cadavérico de Ramon e de seus antecedentes criminais.
Relembre o caso
Camila foi presa em flagrante logo após o crime e teve a prisão convertida em preventiva no dia seguinte. Durante a audiência de custódia, a Justiça determinou que ela fosse avaliada por uma equipe médica multidisciplinar e mantida em cela isolada, diante da repercussão do caso.
À polícia, Camila relatou que, no momento do crime, teve um surto e acreditou que o irmão estaria abusando de sua filha de 6 anos, o que não foi comprovado. Segundo os investigadores, o ataque ocorreu enquanto Ramon estava de costas, após um pedido para consertar um ventilador dentro de casa.
Após o homicídio, Camila fugiu a pé levando a criança e foi localizada ainda no bairro, com manchas de sangue. A faca usada no crime foi encontrada descartada em uma calçada próxima.