Começa nesta quarta-feira, 25, em Rio Branco, o Seminário Internacional Txai Amazônia: Bioeconomia e Sociobiodiversidade como Vetores de Crescimento Econômico na Amazônia. O evento, que segue até sábado, 28, na Universidade Federal do Acre (UFAC), promete ser um marco na construção de estratégias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, reunindo lideranças dos nove estados da região, além de representantes da Bolívia e do Peru.
Idealizado pelo Instituto Sapien, em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e o governo do Acre, o seminário tem apoio de mais de 25 instituições. A proposta é clara: tornar o Acre uma vitrine de soluções e inovações que unem ciência, saberes ancestrais e tecnologia na promoção de uma nova economia baseada na floresta em pé.
“A gente espera fomentar a cadeia produtiva local para que ela consiga se desenvolver por conta própria. É uma riqueza que precisa ser explorada da forma correta”, resumiu *Lucas Varela, um dos organizadores.
Sete eixos estratégicos em 15 painéis
Durante os quatro dias, o evento abordará sete eixos temáticos que conectam ciência, governança, clima e financiamento. A programação inclui 15 painéis com especialistas, além da apresentação de 20 casos de sucesso da bioeconomia regional.
A presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), Moisés Diniz enfatizou a importância de combinar tradição e inovação: “É possível unir saber ancestral com inteligência artificial. Temos um porto gigantesco à frente, mas precisamos industrializar essa riqueza com proteção da floresta”.
Já a secretária extraordinária dos Povos Indígenas, Francisca Arara, lembrou que o seminário é resultado de um ano e meio de articulação coletiva. “Sem nossos territórios, sem a participação dos povos indígenas, não se pode tratar de sustentabilidade. Vamos mostrar nossas experiências e sair daqui com um plano estadual de bioeconomia que vá além do papel”, destacou.
Mostra cultural: arte como política
Mais do que um espaço de debates técnicos, o Txai Amazônia também é palco para a arte e a ancestralidade. A Mostra Cultural da Bioeconomia trará ao público 23 apresentações artísticas com mais de 160 artistas da região, entre indígenas e não indígenas. A programação inclui:
- Teatro, dança e música com DJs indígenas
- Desfile de moda sustentável
- Mostra gastronômica com chefs da floresta
- Exibição de cinema amazônico
- Gamejam voltada à cultura digital da bioeconomia
- Estandes de produtos do agro e da floresta
“A arte aqui é um manifesto. Em tempos de crise climática, mostrar que a bioeconomia é também um modo de vida é uma resposta poderosa”, afirmou Varela.
Participação e resultados esperados
O seminário terá programação híbrida (presencial e online) e deve culminar com a elaboração de uma Carta de Proposições, documento estratégico com recomendações de políticas públicas que será encaminhado a autoridades e discutido em eventos como a COP 30, que ocorrerá em Belém.
O Acre foi escolhido para sediar o seminário por seu histórico de protagonismo em políticas socioambientais e pela forte articulação entre governo, universidades e sociedade civil.
“O Acre nunca mais parou. Desde 2023, temos vivido um momento único de participação e inovação. O seminário é um sonho coletivo que agora se realiza”, celebrou Francisca Arara.
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