O Acre chegou a um marco importante na área da saúde pública, com um total de 543 transplantes realizados desde o início dos procedimentos no estado.
Os dados da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), em Rio Branco, divulgados neste domingo, 8, mostram que foram feitos 105 transplantes de rim, 333 de córnea, 103 de fígado e, recentemente, os primeiros dois transplantes de tecido ósseo.
Os primeiros transplantes ósseos do estado foram realizados no último dia 3 de junho pela equipe da Fundhacre. Um procedimento de alta complexidade realizado com o apoio técnico do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, o Acre tem registrado crescimento expressivo no número de transplantes realizados anualmente. Em 2024, o estado alcançou recordes em vários tipos de procedimentos, como o salto de transplantes de córnea, que passaram de 6 em 2023 para 42 em 2024.
Os transplantes de rim também cresceram, com 4 realizados em 2024 e 5 até junho de 2025. Já o transplante de fígado registrou 18 casos em 2023, 16 em 2024 e 7 nos primeiros meses de 2025.
O governador Gladson Camelí ressaltou os investimentos feitos pelo governo para fortalecer a estrutura da saúde no Acre e ampliar o acesso a procedimentos complexos como os transplantes. Segundo ele, o foco está em oferecer atendimento de qualidade para salvar vidas e garantir dignidade aos pacientes.
A evolução no Acre acompanha uma tendência nacional. Em 2024, o Brasil realizou mais de 30 mil transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o maior número da história, com crescimento de 18% em relação a 2022.
O Ministério da Saúde também anunciou novas tecnologias e programas para agilizar a compatibilidade e a distribuição de órgãos, além de qualificar as equipes para melhor atendimento às famílias dos doadores.
Doações
Apesar dos avanços, a doação de órgãos ainda enfrenta resistência. No Acre, a taxa de recusa familiar foi de 50% em 2024, com 44 negativas entre 88 famílias abordadas. Por isso, a Saúde reforça a importância de que as pessoas comuniquem aos familiares o desejo de ser doador para facilitar os processos.
Cada transplante envolve uma complexa rede de profissionais: em média, 30 participam diretamente das cirurgias, enquanto até 300 atuam indiretamente em apoio.