A família da publicitária Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, acionou a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU-RJ) para solicitar judicialmente uma nova autópsia no Brasil.
O pedido foi encaminhado à Justiça Federal com o auxílio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), vinculado à Prefeitura de Niterói.
A informação foi divulgada pela irmã da vítima, Mariana Marins, por meio de um perfil criado nas redes sociais para acompanhar o caso. Em contato com a CNN, ela revelou que a família ainda aguarda uma decisão da Justiça nas próximas horas e mantém confiança no Judiciário brasileiro.
“Queremos uma nova autópsia para entender melhor o que aconteceu com Juliana. Infelizmente, convivemos com descaso do início ao fim desde o acidente. Nosso objetivo é apenas entender se tem algo que passou batido ou foi mal interpretado na primeira autópsia”, afirmou Mariana.
Em uma publicação anterior, ela também destacou a dificuldade enfrentada para confirmar o voo de repatriação do corpo.
“Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão. Porém, a Emirates de Bali não quer confirmar o voo. É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana pra casa!”, desabafou.
Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), faleceu na sexta-feira (20) após uma queda de cerca de 300 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Ela estava em uma viagem pela Ásia desde fevereiro e visitava países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
O resgate do corpo levou quase quatro dias devido às condições extremas da região — como neblina densa, pedras escorregadias e terreno íngreme — e foi dificultado pela precariedade das operações locais.
Uma autópsia realizada na Indonésia apontou como causa da morte um traumatismo por força contundente decorrente da queda. O exame ainda aguarda a conclusão dos testes toxicológicos, procedimento que pode levar até duas semanas, embora não haja suspeita de envenenamento ou uso de substâncias.
A Prefeitura de Niterói confirmou que custeou R$ 55 mil para cobrir as despesas de repatriação dos restos mortais e os trâmites funerários no Brasil. O anúncio foi feito na quarta-feira (25) e inclui também o sepultamento da jovem, que será velada em sua cidade natal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também determinou que o Ministério das Relações Exteriores prestasse todo o apoio necessário à família. Um decreto publicado no Diário Oficial da União autorizou o custeio do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior — prática até então vetada pelas normas federais.
Como forma de homenagem, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), anunciou que o Mirante e a Praia do Sossego, em Camboinhas, receberão o nome de Juliana Marins. A medida, segundo ele, é uma forma de preservar a memória da publicitária e o carinho que ela tinha pelo local.
O caso de Juliana expôs falhas de segurança nas trilhas do Monte Rinjani, que já registrou oito mortes e cerca de 180 acidentes desde o ano de 2020. Viajantes e especialistas apontam a ausência de sinalização, a lentidão no resgate e a falta de equipamentos como causas recorrentes de tragédias no local.
Por: CNN Brasil