Ao abrir o segundo dia de interrogatórios dos réus da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (10/6), o ministro Alexandre de Moraes voltou a brincar com o advogado Matheus Mayer Milanez, que integra a defesa do general Augusto Heleno.
O ministro cumprimentou o advogado “fazendo votos que tenha jantado ontem tranquilamente”. A frase arrancou risadas dos presentes na sessão e faz referência ao diálogo que Moraes e Milanez tiveram na segunda-feira (9/6), quando a defesa de Augusto Heleno pediu que a audiência de hoje, marcada para 9h, começasse mais tarde para que ele tivesse tempo para jantar.
“São quase 20h da noite. A audiência amanhã se inicia às 9h. Considerando que nós temos que chegar meia hora antes, nós só viemos em um carro. Eu ainda preciso levar o general para casa, preciso ir para a minha casa. Eu minimamente quero jantar, excelência, eu só tomei o café da manhã quase”, disse o advogado Matheus.
Moraes rebateu com as frases “imagina eu” e depois concordou em atrasar o começo da sessão para “9h02”. “Doutor, vamos ver se nós terminamos amanhã, aí o senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch, quinta-feira um jantar, que é Dia dos Namorados, sexta é Dia de Santo Antônio e o senhor comemora numa quermesse. Se a gente começa a atrasar, a gente não acaba, doutor”, prosseguiu o ministro, sob risos.
Interrogatórios do “núcleo 1”
O Supremo Tribunal Federal retoma, nesta terça-feira (10/6), a partir das 9h, o interrogatório dos réus da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado. O primeiro réu a ser interrogado é o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os questionamentos prosseguirão pela ordem alfabética.
Sendo assim, na sequência serão interrogados o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Walter Braga Netto — que está preso preventivamente no Rio de Janeiro e será ouvido por videoconferência.
Os réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
No caso de Alexandre Ramagem, a investigação sobwre fatos ocorridos após a posse como deputado federal, em janeiro de 2023, está suspensa até o fim do mandato.
Por: Correio Braziliense