Em um dos momentos mais emocionantes do Seminário Internacional Txai Amazônia, que segue até o próximo sábado, 28, na Universidade Federal do Acre (Ufac), a artesã Maxy Shanenawa compartilhou sua profunda conexão com a aldeia e a floresta, expressando sua crescente preocupação com a destruição ambiental que ameaça seu povo e seu modo de vida.
O Seminário Internacional Txai Amazônia, um evento de grande relevância para o futuro da região, continua a atrair atenções no eAmazônia da Universidade Federal do Acre (Ufac). O evento tem sido marcado por uma programação diversificada e rica em conteúdo, com foco na bioeconomia, na valorização da sociodiversidade e na apresentação de cases de sucesso de empreendimentos inovadores dos estados da Amazônia Legal, além de iniciativas promissoras do Peru e da Bolívia.

Maxy é uma talentosa produtora de artesanato, e aproveitou o espaço do seminário para alertar sobre os perigos da devastação e reafirmar o compromisso inabalável de sua comunidade com a luta em defesa da natureza.
“Pra gente, na verdade, na especificação da aldeia, a floresta é algo muito sagrado pra gente, algo que a gente não quer destruir”, declarou Shanenawa. “E muitos estão fazendo isso, e nos prejudica totalmente, porque é de lá que a gente veio e é lá que a gente quer continuar ficando. É triste o que vem acontecendo, mas vamos continuar em pé lutando contra isso e contra todos, salvando sempre as nossas florestas”.
A declaração revela a profunda ligação entre o povo Shanenawa e seu território ancestral, onde a floresta é muito mais do que um simples conjunto de árvores e rios. Para eles, a floresta é um lar, um santuário, uma fonte de vida e de sabedoria.
Ouro da Amazônia
Um case de sucesso que chamou a atenção no evento foram os produtos feitos com capim dourado, uma planta que oriunda do Tocantins. No estande, Lucas Amorim, um dos responsáveis por falar do projeto, explicou que as biojoias e bolsas de capim dourado são naturais.
“As pessoas pensam que é pintado, que passam uma tinta dourada. A cor da planta é exatamente esta, e prova que podemos gerar renda da floresta com respeito”.
Presença ministerial
O ministro de Relações Exteriores do Brasil e coordenador Nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviários Bioceânicos (MRE), Carlos Parkinson, participou do evento.
O ministro visitou os estandes dos empreendedores da bioeconomia Amazônia, que estão expondo seus produtos no Txai Amazônia, e acompanhou as discussões dos painéis temáticos.

Parkison destacou o potencial do Acre e a importância da integração regional para o crescimento econômico. Ele enfatizou que o propósito da vinda, além de conhecer o Estado, é promover a construção de corredores bioceânicos. “E dar uma contribuição para que vocês possam, de fato, disputar da excelência, não só da oferta de produtos que vocês têm, mas da proximidade geográfica com o Pacífico e, particularmente, com o Peru. É importante que, futuramente, a grande diversidade de produtos que a gente pode confirmar aqui no evento se traduza em aumento de exportações para o benefício de todos, criando empregos, aumentando o nível de renda, gerando, obviamente, novas oportunidades de coberto para todos vocês”.
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