A bebê Aurora Maria, recém-nascida que sofreu graves lesões na pele após um banho quente no Hospital da Mulher e da Criança de Cruzeiro do Sul, no último domingo, 23, vai ser transferida ainda nesta quarta-feira, 25, para um leito de UTI pediátrica no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HJXXIII), em Belo Horizonte (MG). A informação foi confirmada ao portal A GAZETA pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
A unidade mineira é referência nacional no tratamento de queimaduras graves, contando com a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) Professor Ivo Pitanguy.
A pequena Aurora está internada em UTI neonatal do Hospital da Criança de Rio Branco, em estado estável. Inicialmente, a Sesacre havia informado que a bebê seria transferida para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de Manaus, mas a liberação de vaga não ocorreu.
Diante da urgência do caso, a equipe da Sesacre ampliou os esforços para garantir um leito pediátrico em outras regiões do país, incluindo tentativas em Brasília e Minas Gerais. A confirmação da transferência para Belo Horizonte foi feita na tarde desta quarta-feira.
Família não acredita em hipótese de doença genética
Desde o início do caso, uma das hipóteses levantadas pelas autoridades de saúde foi a possibilidade de a bebê ter epidermólise bolhosa, uma doença genética rara que deixa a pele extremamente frágil. No entanto, a família contesta essa versão, afirmando que Aurora nasceu saudável e que os ferimentos foram causados pelo banho com água em temperatura excessiva.
“Ela nasceu saudável. No domingo, quando fomos levá-la para casa, foram dar um banho nela para sair cheirosinha do hospital. Foi nesse banho que tudo aconteceu. A água estava muito quente, a própria diretora tocou e confirmou”, declarou Marcos Oliveira, pai da bebê.
Imagens registradas pelos pais antes e depois do banho mostram a pele da criança aparentemente normal e, em seguida, com feridas, sangramentos e sinais de queimaduras. O exame genético foi coletado e enviado para análise em São Paulo, com resultado previsto para até 40 dias, mas a transferência para um centro especializado foi considerada essencial, independentemente do diagnóstico.
Técnica de enfermagem afastada e investigação aberta
A técnica de enfermagem responsável pelo banho foi identificada e afastada temporariamente de suas funções. A Sesacre instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o ocorrido e avaliar a conduta da profissional.
Em nota oficial, o governo do Acre afirmou que “não compactua com qualquer violação de conduta” e garantiu que todas as medidas serão adotadas com rigor e transparência. A família da bebê também está recebendo apoio psicossocial por parte das autoridades.