A pequena bebê Aurora Maria, que nasceu no último dia 21 de junho e, no dia 22, sofreu supostas queimaduras após um banho no Hospital e Maternidade de Cruzeiro do Sul, apresenta quadro estável, segundo informações divulgadas pela mãe da recém-nascida, Leidy Mesquita.
Aurora Maria foi transferida, na última quarta-feira, 25, para um leito de UTI pediátrica no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HJXXIII), em Belo Horizonte (MG). A unidade é referência nacional no tratamento de queimados e abriga o maior Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) do Brasil.
“Ontem [domingo, 28], foram feitos exames e ela respondeu bem a todos. A secreção próxima ao coração foi retirada e, até agora, não voltou”, enfatizou, acrescentando que também foi feito um novo curativo. “Nesses momentos, ela precisa ser sedada para não sentir dor”, explicou a mãe.
Ainda segundo Leidy, um dos maiores medos da equipe médica e dos pais é uma ferida próxima a panturrilha. “Estava escurecida e endurecida, mas melhorou bastante. Hoje, ela será avaliada por um ortopedista à tarde e, depois, será reavaliada pelas equipes de cirurgia plástica, queimados e curativos”, disse.
Parada cardiorrespiratória
Ainda segundo a mãe, outra dúvida e preocupação que a família tem é sobre o tempo de reanimação e possíveis sequelas. Isto porque a recém-nascida teve, no sábado, 28, uma parada cardiorrespiratória, ficando cerca de 39 minutos sem batimentos cardíacos.
De acordo com o pai, Marcos Oliveira, teria ocorrido um acúmulo de líquidos ao lado do coração, o que pode ter sido causado por conta do acesso que está usando, já que é muito nova. “Foram cerca de 39 minutos sem sinais vitais, segundo a pediatra. Agora, ela foi sedada novamente para que seu cérebro possa descansar e realizar os exames necessários”.
Segundo a mãe, ainda é cedo para qualquer resposta definitiva. “A Aurora está sendo acompanhada de perto por toda a equipe médica. Mas seguimos com fé em Deus de que ela sairá dessa perfeita. Ela já é um milagre”.
Técnica afastada
A técnica de enfermagem responsável pelo banho foi identificada e afastada temporariamente de suas funções. A Sesacre instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o ocorrido e avaliar a conduta da profissional.
Em nota oficial, o governo do Acre afirmou que “não compactua com qualquer violação de conduta” e garantiu que todas as medidas serão adotadas com rigor e transparência. A família da bebê também está recebendo apoio psicossocial por parte das autoridades.
Família não acredita em hipótese de doença genética
Desde o início do caso, uma das hipóteses levantadas pelas autoridades de saúde foi a possibilidade de a bebê ter epidermólise bolhosa, uma doença genética rara que deixa a pele extremamente frágil. No entanto, a família contesta essa versão, afirmando que Aurora nasceu saudável e que os ferimentos foram causados pelo banho com água em temperatura excessiva.
“Ela nasceu saudável. No domingo, quando fomos levá-la para casa, foram dar um banho nela para sair cheirosinha do hospital. Foi nesse banho que tudo aconteceu. A água estava muito quente, a própria diretora tocou e confirmou”, declarou Marcos Oliveira, pai da bebê.