A técnica responsável por dar banho na recém-nascida Aurora Maria e, supostamente, tê-la causado queimaduras, estaria sendo ameaçada por organizações criminosas. A informação foi dada pela profissional durante interrogatório na Delegacia de Atendimento à Mulher e Proteção à Criança e ao Adolescente (DEMPCA), na última sexta-feira, 27.
No entanto, conforme o delegado responsável pelas investigações do caso da bebê, Vinícius Almeida, essa questão de supostas ameaças que a técnica estaria sofrendo devem ser apuradas na Delegacia Geral da cidade.
Ainda conforme o delegado, a técnica nega que a água estivesse em temperatura elevada. “Ela diz ter feito o teste no próprio pulso”, explicou o delegado.
O caso ocorreu no último dia 22 de junho, e Aurora nasceu um dia antes, sábado, 21. De acordo com os pais da recém-nascida, a bebê havia nascido saudável e recebido alta médica, sem qualquer sinal de anormalidade. No entanto, após um banho, os pais notaram que a pele da criança apresentava sinais de queimadura, especialmente nas pernas e pés. Segundo relatos da família, a água utilizada para o banho estaria excessivamente quente e teria provocado dor intensa na recém-nascida, que passou a chorar de forma contínua durante o procedimento.
Inicialmente, a situação foi minimizada por profissionais da unidade hospitalar, que sugeriram tratar-se de uma secreção natural, mas os sinais de sangramento e descamação da pele levaram os pais a buscar atendimento emergencial.
A técnica de enfermagem responsável por dar banho na bebê Aurora foi afastada preventivamente de suas funções. Um processo administrativo disciplinar (PAD) foi instaurado para apuração do caso.
Família diz que repudia violência
A família de Aurora informou ter sido informada das supostas ameaças destinadas à técnica. “Queremos deixar claro que repudiamos toda e qualquer forma de violência. Nós, familiares, nunca incentivamos ou compactuamos com ameaças, ofensas ou retaliações. A nossa luta é e sempre foi por justiça verdadeira, feita com responsabilidade, empatia e dentro da lei”.
Os pais ainda dizem que estão seguindo “focados no que realmente importa: a recuperação da Aurora, que é um milagre de força e vida”. “Pedimos orações, respeito e que a justiça seja feita da forma certa”, finaliza a nota.
Parada cardiorrespiratória
Aurora Maria Oliveira Mesquita, de apenas sete dias de vida, enfrentou um momento crítico no último sábado, 28, ao sofrer uma parada cardiorrespiratória durante a internação no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte (MG). A recém-nascida ficou cerca de 39 minutos sem batimentos cardíacos e precisou ser reanimada pela equipe médica da unidade especializada em queimaduras.
De acordo com o pai, Marcos Oliveira, teria ocorrido um acúmulo de líquidos ao lado do coração, o que pode ter sido causado por conta do acesso do acesso que está usando, já que é muito nova. “Foram cerca de 39 minutos sem sinais vitais, segundo a pediatra. Agora, ela foi sedada novamente para que seu cérebro possa descansar e realizar os exames necessários”.
Como o tempo foi longo, ainda segundo o pai, há riscos de sequelas. “Mas seguimos com fé, esperança e orações pela recuperação da nossa guerreirinha”.