O primeiro boletim médico emitido pela equipe do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, indicou que os especialistas responsáveis pelo caso da bebê Aurora Maria trabalham com a hipótese de queimaduras, diante das características clínicas observadas na pele da recém-nascida. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que acompanha o caso.
Aurora chegou à unidade de referência nacional na madrugada desta quinta-feira, 26, e foi avaliada por profissionais das áreas de cirurgia plástica, cirurgia vascular e pediatria especializada. O hospital abriga o maior Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) do Brasil.
“Nós estamos em contato contínuo com a equipe do Hospital João XXIII. Estão, sim, considerando a hipótese de queimadura, diante das características da pele da neném. Seguimos monitorando para que os pais e a bebê continuem recebendo o melhor tratamento possível”, afirmou Ana Cristina Moraes, secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre.
Aurora nasceu no último sábado, 21, e já havia recebido alta da maternidade em Cruzeiro do Sul, quando, no domingo, 22, foi submetida a um banho no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete. A família afirma que a água usada estava excessivamente quente.
Água no hospital pode chegar a quase 60 ºC
De acordo com o delegado Vinícius Almeida, responsável pela investigação do caso em Cruzeiro do Sul, o local onde a pequena Aurora Maria tomou banho tem a capacidade de esquentar a água até 57ºC
“A perícia foi ao local e constatou que a temperatura máxima do local onde foi retirada a água, poderia chegar em 57°. Isso não significa que era essa temperatura que estava no momento que foi dado banho no bebê”, afirmou.
Governo reforça acompanhamento
A Sesacre afirma que, desde os primeiros sinais de agravamento do quadro da bebê, tem atuado com prioridade e responsabilidade. Após a transferência da recém-nascida de Cruzeiro do Sul para a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, Aurora passou por diversos exames, incluindo um painel genético, que será analisado em São Paulo. O resultado deve sair em até 40 dias e pode ajudar a descartar a hipótese de epidermólise bolhosa, doença genética rara considerada por especialistas, mas rejeitada pela família.
Além disso, um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado pela Sesacre, e a técnica de enfermagem responsável pelo banho foi afastada de forma cautelar.