A trajetória da empresária Pamela Souza, de 35 anos, é exemplo de como uma ideia simples, aliada à perseverança, pode se transformar em um negócio de sucesso. De vendas informais pelo Facebook aos primeiros clientes nos corredores da faculdade, ela construiu com criatividade e esforço o caminho que levou à consolidação de uma das docerias gourmet mais reconhecidas de Rio Branco, o Ateliê das Gostosuras.
Natural do munícipio de Cruzeiro do Sul, ela cresceu dentro do comércio do avô e, ainda criança, percebeu o empreendedorismo como parte da sua vida. Quando se mudou para Rio Branco, aos 12 anos, a cozinha de casa se transformou em uma confeitaria, e, posteriormente, o empreendimento se tornou referência como doceria gourmet no estado.
Em 2010, Pamela, já estudante de enfermagem, teve uma ideia depois ver uma mulher vendendo tortas em fatias durante uma viagem. O conceito que não era tão popular na capital acreana, deu a Pamela a oportunidade de inovar no mercado local.

Sem saber se daria certo, ela e a mãe decidiram tentar, compraram ingredientes, produziram uma grande quantidade de tortas e começaram a vender. No início, os clientes eram os colegas que circulavam nos corredores da faculdade, e os que dos grupos de venda no Facebook. Em apenas algumas horas, tudo foi vendido, e ali nasceu o sonho do que viria a ser o Ateliê das Gostosuras.
“Era umas oito e meia da manhã, mais ou menos, e por volta de umas onze horas a gente já não tinha mais nada, nós vendemos a geladeira inteira de tortas. No Facebook, eu coloquei que eu vendia e entregava, mas não imaginava que ia acontecer isso. Então, esse dia eu passei a tarde inteira entregando com a minha mãe, a gente entregava e o pessoal perguntava, amanhã tem mais? Amanhã tem mais? A gente respondia, vai ter sim”, relembra.
As dificuldades foram muitas. Quando decidiu começar a vender em um local fixo, o negócio começou na varanda de casa, com equipamentos improvisados. Os produtos eram preparados sobre mesas de plástico e armazenados em caixas de isopor. O local foi pintado com as tintas que tinham sido compradas para pintar os quartos das irmãs.

Por meses, não havia nem mesmo placa com o nome do Ateliê. O crescimento foi construído de forma gradativa, comprando aos poucos talheres, copos e pratos. Além da varanda de casa de Pamela, o Ateliê das Gostosuras já foi localizado no bairro Bosque, depois em um container na Avenida Ceará, e atualmente funciona no bairro Dom Giocondo.
Durante a pandemia, quando muitos negócios fecharam as portas, Pamela decidiu inovar. Criou o formato “drive-thru”. Ela conta que foi visitada pela vigilância sanitária, e que estava com tudo em ordem. Foi então que decidiu lançar também os kits de festa para entrega e adaptou o atendimento. Com orgulho, ela afirma que não demitiu nenhum funcionário. “A gente caminhou junto e a grande maioria está comigo até hoje”, conta.

Hoje, o Ateliê das Gostosuras funciona em uma casa com mais de 50 anos. Pamela, sonhava em um espaço com jardim, não queria um ponto comercial comum, queria um lar, e é assim que ela descreve o local.
“Quando eu entrei, aqui é uma casa que tem 50 anos, então ela é cheia de histórias, que nem eu. É uma casa que você sente a história dela e eu acho que eu posso dizer assim, que eu sinto aqui mais minha casa do que a minha própria casa”, brinca.

Apesar das conquistas, Pamela não romantiza o empreendedorismo. Ela fala sobre os altos e baixos, a importância da resiliência e da fé, e relembra que, mesmo nos momentos difíceis, não se deve esquecer o caminho percorrido até ali.
“Se você tem um sonho, agarre ele com força. Eu sabia, desde o começo, aonde eu queria chegar. Ainda tenho muitos sonhos para realizar, mas muitos deles eu já realizei através do Ateliê. Quem diz onde você vai chegar é você”, afirmou.
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