Era para ser um dia de celebração, mas acabou marcado por dor e protesto. Nesta quinta-feira, 19, data em que Diony Magalhães Oliveira completaria 22 anos, familiares e amigos se reuniram no cemitério de Rio Branco para homenageá-lo e cobrar explicações. É que, segundo a família, a empresa na qual o jovem e o colega, Ruan Roger da Silva Barbosa, de 32 anos, que morreram há uma semana durante a aplicação de produto químico em uma caixa d’água de um condomínio na capital, não havia entrado em contato com os parentes das vítimas.
A informação foi repassada À GAZETA, nesta sexta-feira, 20, pela tia de Diony, Denise de Freitas.
Ruan e Diony realizavam a pintura do interior do reservatório quando inalaram uma grande quantidade de vapores de tinta. A exposição prolongada teria provocado um desmaio por hipóxia — condição causada pela falta de oxigênio no cérebro.
Ainda nesta quinta-feira, 19, em entrevista à TV Gazeta, o pai de Diony, Dionélio Oliveira, lamentou a falta de atenção da empresa.
“A única certeza que nós temos é que a vida do meu filho e do amigo dele foi tirada. Até agora, só queremos justiça. Sei que a dor não vai passar, mas uma resposta pode aliviar um pouco. Acho uma falta de respeito com a gente, com nossos sentimentos. Não prestaram nenhum esclarecimento, e a gente quer saber por que eles estavam sem equipamento e sem preparação naquele local”.

Com cartazes e declarações emocionadas, os familiares clamaram por justiça. Um dos cartazes dizia: “Os dias passam lentos, as horas machucam como espinhos, mas eu tenho força e confio na chegada da justiça. Queremos esclarecimentos.”
Para a família, a data em que Diony comemoraria mais um ano de vida virou símbolo da luta por respostas e respeito. “Hoje era para ele estar comemorando os 22 anos de idade. Estamos aqui, mais uma vez, sentindo essa dor. Alivia nossa dor, nos dê esclarecimento, que é só o que a gente está procurando”, disse o pai, visivelmente emocionado.