Marcos Oliveira, pai da bebê Aurora Maria, que supostamente foi queimada durante um banho no Hospital do Juruá no último domingo, 22, em Cruzeiro do Sul, conversou, na manhã desta quinta-feira, 26, com A GAZETA após a pequena ser transferida para o Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. A unidade é referência nacional no tratamento de queimados e abriga o maior Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) do Brasil.
Ele informou que, após a recém-nascida passar por um procedimento médico envolvendo a troca dos curativos, ela apresentou uma melhora. “Agora, é esperar as queimaduras melhorarem. Mas ela precisa ser forte”, enfatizou.
Inicialmente, havia a previsão de que a bebê fosse levada para Manaus, mas a transferência não pôde ser realizada devido à indisponibilidade de vaga.
O caso aconteceu no último domingo, 23, durante o preparo da recém-nascida para receber alta hospitalar. A família alega que Aurora nasceu saudável e sofreu as lesões após ser submetida a um banho com água excessivamente quente. “Quando fomos levá-la para casa, foram dar um banho nela para sair cheirosinha do hospital. Foi nesse banho que tudo aconteceu. A água estava muito quente, a própria diretora tocou e confirmou”, declarou Marcos Oliveira, pai da bebê.
Uma das hipóteses consideradas pelas autoridades de saúde é a de epidermólise bolhosa — uma doença genética rara que deixa a pele extremamente frágil — mas os pais rejeitam essa possibilidade. Um exame genético já foi coletado e enviado para análise em São Paulo. O resultado deve sair em até 40 dias.
A técnica de enfermagem que realizou o procedimento foi afastada temporariamente de suas funções e é alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que também emitiu nota afirmando que o caso será apurado com rigor.