O local onde a pequena Aurora Maria tomou banho, no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, tem a capacidade de esquentar a água até 57ºC. As informações foram confirmadas ao portal A GAZETA, nesta quinta-feira, 26, pelo delegado de Polícia Civil responsável pelas investigações, Vinícius Almeida.
Segundo o delegado, uma perícia foi feita no local. “A perícia foi ao local e constatou que a temperatura máxima do local onde foi retirada a água, poderia chegar em 57°. Isso não significa que era essa temperatura que estava no momento que foi dado banho no bebê”, afirmou.
A bebê nasceu no último sábado, 21, já havia recebido alta e voltaria, junto com a família, para casa. Ainda segundo os parentes da pequena, Aurora nasceu saudável e sofreu as lesões após ser submetida a um banho com água excessivamente quente no domingo, 22. “Quando fomos levá-la para casa, foram dar um banho nela para sair cheirosinha do hospital. Foi nesse banho que tudo aconteceu. A água estava muito quente, a própria diretora tocou e confirmou”, declarou Marcos Oliveira, pai da bebê.
Uma das hipóteses consideradas pelas autoridades de saúde é a de epidermólise bolhosa — uma doença genética rara que deixa a pele extremamente frágil — mas os pais rejeitam essa possibilidade. Um exame genético já foi coletado e enviado para análise em São Paulo. O resultado deve sair em até 40 dias.
Governo diz que tem apoiado família
Mesmo com a recém-nascida Aurora Maria já transferida para Minas Gerais, o governo do Acre informou, em nota divulgada na tarde desta quinta-feira, 26, que mantém presença e apoio à família da bebê em Belo Horizonte. (Leia na íntegra abaixo)
Um psicólogo da rede estadual de saúde foi designado para acompanhar os pais na capital mineira e oferecer suporte emocional neste momento delicado. A criança foi levada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que abriga o maior Centro de Tratamento de Queimaduras do Brasil.
O comunicado do governo foi divulgado após críticas feitas pelo pai da criança, Marcos Oliveira, que afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que se sentia “jogado, sem ninguém” em Minas Gerais, e que a filha teria sido melhor assistida em Rio Branco.
De acordo com o governo, após ser transferida da maternidade de Cruzeiro do Sul para Rio Branco, Aurora passou por diversos exames clínicos e laboratoriais, incluindo painel genético. “Paralelamente, foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração rigorosa do ocorrido. A profissional responsável foi afastada do serviço como medida cautelar durante o curso do processo, e a Sesacre defende que, confirmada qualquer conduta inadequada, haja punição rigorosa nos termos da lei”.
O governo reiterou que o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, é o maior Centro de Tratamento de Queimaduras do Brasil e referência nacional.
“A escolha da unidade levou em conta a segurança da paciente e a excelência no cuidado que o caso exige. Toda a logística da transferência foi coordenada pelo governo do Acre, garantindo o transporte seguro e estável da criança até a capital mineira em uma aeronave pressurizada bimotor com total estrutura de transporte aeromédico, um King Air C90. Mesmo com a paciente fora do estado, a presença do Acre continua: um psicólogo da rede estadual foi designado para acompanhar a família em Belo Horizonte e oferecer suporte emocional neste momento tão delicado”.
Ainda nesta quinta-feira, 26, Marcos Oliveira, pai da bebê, informou que após a recém-nascida passar por um procedimento médico envolvendo a troca dos curativos, ela apresentou uma melhora. “Agora, é esperar as queimaduras melhorarem. Mas ela precisa ser forte”, enfatizou.
Leia a nota na íntegra:
Nota pública sobre acompanhamento de recém-nascida transferida para unidade de referência em Minas Gerais
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), informa que, desde os primeiros sinais de agravamento do quadro da recém-nascida transferida para unidade de referência em Minas Gerais, tem atuado com prioridade, sensibilidade e responsabilidade para garantir a assistência necessária à criança e o acolhimento à família.
Após ser transferida da maternidade de Cruzeiro do Sul, no interior do estado, a bebê recebeu acompanhamento contínuo de uma equipe multiprofissional na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e passou por diversos exames clínicos e laboratoriais, incluindo painel genético, com o objetivo de elucidar o diagnóstico. Paralelamente, foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração rigorosa do ocorrido. A profissional responsável foi afastada do serviço como medida cautelar durante o curso do processo, e a Sesacre defende que, confirmada qualquer conduta inadequada, haja punição rigorosa nos termos da lei.
Diante da complexidade do caso, a Sesacre articulou com o governo de Minas Gerais a transferência da recém-nascida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte – maior Centro de Tratamento de Queimaduras do Brasil e referência nacional em casos de alta complexidade. A escolha da unidade levou em conta a segurança da paciente e a excelência no cuidado que o caso exige.
Toda a logística da transferência foi coordenada pelo governo do Acre, garantindo o transporte seguro e estável da criança até a capital mineira em uma aeronave pressurizada bimotor com total estrutura de transporte aeromédico, um King Air C90. Mesmo com a paciente fora do estado, a presença do Acre continua: um psicólogo da rede estadual foi designado para acompanhar a família em Belo Horizonte e oferecer suporte emocional neste momento tão delicado.
A parceria entre os governos do Acre e de Minas Gerais tem sido essencial para assegurar a continuidade do tratamento em um ambiente de excelência, reafirmando o compromisso com a vida, com a dignidade da criança e com o cuidado humanizado. O governo do Acre seguirá acompanhando de perto a evolução clínica da paciente e reitera seu compromisso com a transparência, a responsabilização e a proteção da vida, ao passo que reafirma sua confiança na equipe mineira, que tem autonomia para conduzir o caso da melhor forma possível, conforme sua expertise na área.
Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Zambon
Secretário de Estado de Saúde do Acre