A GAZETA tem uma pergunta polêmica: você prefere a bolacha Miragina redonda ou a quadrada? Independente do resultado, uma coisa é certa: o acreano, com certeza, já transformou a Miragina em uma iguaria; afinal de contas, quem não fez uma sopa da bolacha com café e leite não está vivendo certo a própria acreanidade.
A indústria Miragina, tradicional marca acreana de alimentos, completou em maio 58 anos de atividades ininterruptas e, brincadeiras à parte, se consolidou como a empresa mais antiga em funcionamento no Acre.

Fundada em 1967 pelos empresários Abrahão e Mirian Felício, a Miragina nasceu com a proposta de produzir biscoitos, pães e macarrão. Hoje, o empreendimento – inicialmente familiar – ampliou consideravelmente sua atuação e se tornou referência no setor alimentício da região Norte.
“Foi uma ideia dos meus pais, na década de 60. Em 1967 já estávamos construindo a fábrica e iniciando a operação”, relembra José Luiz, um dos filhos do casal e um dos gestores da empresa, juntamente com o irmão, Abrahão. Atualmente, a Miragina conta com um portfólio diversificado que inclui, além dos biscoitos – muito embora os acreanos o chamem de bolacha e que são o carro-chefe da marca – produtos como castanha-do-Brasil, arroz, feijão, macarrão, farinha de trigo e farinha de mandioca.

Gerando emprego e renda
Segundo José Luiz, a empresa emprega cerca de 150 funcionários diretos e gera inúmeros postos de trabalho indiretos. Sua área de atuação se estende além das fronteiras do Acre, alcançando também os mercados de Rondônia e Amazonas. “Estamos com um projeto de ampliação do novo parque industrial”, adianta José Luiz, sinalizando novos investimentos para o futuro da marca.
Com forte vínculo com os acreanos, a Miragina também se tornou símbolo cultural e afetivo no estado, sendo presença frequente nas merendas escolares. “As crianças já começam a provar desde cedo os nossos produtos e se acostumam com o sabor. Isso nos honra muito”, afirma José Luiz.

Mas e aí? A melhor é a redonda ou a quadrada?
A tradicional “disputa” entre os consumidores sobre qual formato da bolacha é melhor — a quadrada ou a redonda — é outro sinal da popularidade da marca. “É uma discussão que parece séria e que nos diverte. São sempre comentários muito positivos. Isso mostra o carinho que o povo tem com a Miragina, e nós temos uma dívida de gratidão com essa população que tanto nos prestigia”, finaliza.
Neste ponto, A GAZETA acredita que José Luiz errou: na verdade, é o povo acreano que tem uma dívida imensa com a Miragina, já que, atualmente, a bolacha é um dos patrimônios culturais do estado. Mais que bolacha, a Miragina é memória, é aconchego: é história do Acre.