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Opinião: Sem regulação internacional, a escalada da guerra no Irã poderá afetar os preços dos combustíveis no Acre

Opinião: Sem regulação internacional, a escalada da guerra no Irã poderá afetar os preços dos combustíveis no Acre

*Por Pablo Angelim

De acordo com o Itamaraty, o Brasil mantém relações diplomáticas com o Irã desde 1903.

Ao todo são 22 atos internacionais assinados com o Irã, que abordam temas como o comércio, a cultura e a expedição de expedições entre os dois países.

Mesmo assim, ainda não existem acordos internacionais relacionados à importação e à exportação de petróleo.

Isso é uma fragilidade.

Por conta disso, os preços dos combustíveis no Brasil podem ser diretamente afetados, principalmente, por conta das retaliações que o Irã ainda poderá promover em desfavor dos Estados Unidos.

Uma das medidas mais drásticas que o Governo Iraniano poderá adotar nos próximos dias é o fechamento do Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã.

O Estreito de Ormuz é uma importante passagem comercial.

Ele é responsável pelo trânsito de cerca de 20% de todo o petróleo utilizado hoje no mundo.

Inclusive, não custa lembrar que o fechamento do Estreito de Ormuz já foi aprovado pelo Parlamento Iraniano no último domingo (22).

Em que pese o Estreito de Ormuz nunca ter sido completamente fechado, mesmo durante os períodos de guerra e de crises diplomáticas no Oriente Médio, se o seu encerramento realmente acontecer, será um desastre para a economia mundial.

Portanto, se essa retaliação iraniana realmente se concretizar, as regiões norte e nordeste do Brasil podem ser as mais prejudicadas.

Isso porque, as refinarias localizadas nessas regiões pertencem ao capital privado.

Essas empresas adquirem petróleo no mercado internacional para suprir seus próprios mercados. Por isso, ajustam os preços dos combustíveis semanalmente, ao contrário da Petrobras, que ainda consegue sustentar uma defasagem nos preços de seus produtos.

Infelizmente, o consumidor acreano poderá ser obrigado a pagar por uma gasolina ainda mais cara do que pagar atualmente.

Se o preço do barril de petróleo aumentar no Oriente Médio, a tendência é que as refinarias brasileiras repassem esse aumento ao consumidor final.

Aqui no Acre poderá haver um aumento nos preços dos combustíveis.

Vamos torcer para que isso não aconteça.

A nossa gasolina já é muito cara e, muitas vezes, sua qualidade deixa a desejar.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Desejo para você um excelente dia de trabalho.

Um forte abraço.

*Pablo Angelim é advogado.

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