O desaparecimento da pequena Cristina Maria completa exatos três meses nesta terça-feira, 24. Filha de Yara Paulino da Silva, assassinada brutalmente no dia 24 de março no conjunto habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, a menina permanece desaparecida, sem qualquer confirmação sobre seu paradeiro.
O portal A GAZETA entrou em contato com o delegado responsável pelas investigações, Alcino Ferreira Júnior, nesta terça, para solicitar mais informações sobre o caso e foi informado que o delegado está de férias. Já a assessoria da Polícia Civil informou que ainda não tem nenhuma atualização sobre as investigações.
A mãe, Yara Paulino, de 27 anos, foi morta a pauladas em via pública após rumores de que teria matado a própria filha, que à época estaria desaparecida há duas semanas. A falsa acusação se espalhou após moradores encontrarem uma ossada dentro de um saco de ração. Exames periciais, no entanto, confirmaram que os restos mortais eram de um animal, descartando a hipótese de assassinato da criança. Mesmo assim, a jovem foi condenada e executada pelo chamado “tribunal do crime”, ligado a facções criminosas.
Desde então, a angústia em torno do caso só aumentou. Cristina Maria, que não possuía registro de nascimento nem documentos oficiais, desapareceu sem deixar rastros, de modo que a ausência da documentação dificultou o trabalho das autoridades, que não podem rastrear seu nome nos sistemas nacionais. O caso, no entanto, foi incluído na plataforma Amber Alert do Ministério da Justiça, que difunde mensagens em redes sociais, aplicativos e painéis eletrônicos para tentar obter pistas da população.
Investigação
A Polícia Civil do Acre (PCAC) continua as investigações. Em abril, o delegado Leonardo Ribeiro revelou que o ex-marido de Yara e pai da bebê, Ismael Bezerra, estava presente na casa da vítima durante as sessões de tortura que antecederam sua morte. Ismael e o irmão dele chegaram a ser presos, com outas seis pessoas em operação deflagrada no dia 29 de abril, voltada ao esclarecimento do homicídio.
Entre os detidos. estão três mulheres que teriam participado da tortura. A maioria dos envolvidos possui ligação com facções criminosas que operam na região. Uma das linhas de investigação aponta que a execução de Yara foi ordenada por lideranças do crime organizado após os boatos infundados.
Até hoje, no entanto, ninguém soube ou quis informar o que aconteceu com Cristina Maria. A ausência de registros oficiais da bebê e a atuação de criminosos dificultam o avanço das buscas.
Qualquer informação, por menor que pareça, pode ser essencial para esclarecer o caso. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo WhatsApp (68) 99912-2964 ou pelo Disque-Denúncia 181, com garantia total de sigilo.
Enquanto isso, a população aguarda por respostas. Três meses após o crime, o silêncio permanece — e Cristina Maria continua desaparecida.