O superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Acre, Cesário Braga, filiado ao PT, desistiu, na noite desta quarta-feira, 26, de disputar a presidência estadual do partido.
A renúncia se deu dias após o ex-governador e ex-senador do Acre Jorge Viana fazer críticas públicas contra o próprio colega de sigla, que anunciou sua desistência em carta aberta.
No documento, Cesário alega não querer ser motivo de divisões internas no partido, que governou o Acre por 20 anos consecutivos. A candidatura dele era a única. “Como sempre disse, o que mais desejo é paz”, escreveu o petista.
Em entrevista a um site local, Jorge Viana mandou uma indireta a Cesário, afirmando que “quem destruiu o PT quer voltar [à presidência do partido]”. Os dois se desentenderam após as eleições de 2018, quando Viana perdeu a vaga para o Senado. Segundo informações, o atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) credita a derrota a Cesário e seu grupo, que teriam insistido, na época, na candidatura do então petista Ney Amorim, ao invés de focar em uma chapa única em torno de Viana. Ambos perderam a eleição.
“Nós últimos dias, dialoguei com diversos companheiros e companheiras que expressaram preocupações em relação às declarações do companheiro Jorge Viana, manifestando sua indignação em construir essa caminhada comigo à frente da presidência estadual do PT. Conversei com Jorge sobre os desafios e responsabilidades que cada um de nós deverá assumir daqui pra frente. Compreendo que, a partir de agora, caberá a ele a condução política do partido até 2026”, diz Cesário.
O partido deve, agora, abrir, em caráter extraordinário, nova janela de apresentação de nomes aptos a serem votados. O vereador de Rio Branco André Kamai avalia a possibilidade de se lançar na disputa pelo comando do PT, atualmente dirigido pelo ex-deputado estadual Daniel Zen. A decisão, segundo a assessoria do político, será tomada ainda nesta semana.
