A defesa do líder indígena Isaka Ruy Huni Kuî, acusado de estupro pela turista chilena Loreto Belén Manzo, entrou com pedido de revogação da prisão preventiva decretada pela Justiça. A informação foi confirmada ao portal A GAZETA neste sábado, 5, pelo advogado Jaison Farias, que afirma que seu cliente permanece na cidade de Feijó, onde mora, e não está foragido.
“O pedido de revogação foi feito com base no argumento de que não há qualquer necessidade de manter a prisão. Isaka tem endereço fixo, é primário, não possui histórico criminal, e o inquérito ainda está no início, sem indiciamento. Ele não saiu da cidade nem do estado, como foi alegado. Está no mesmo local de sempre e pode responder ao processo em liberdade”, afirmou o advogado.
O caso ganhou repercussão nacional após a chilena Loreto Belén relatar nas redes sociais que foi vítima de abuso sexual durante uma imersão espiritual na Aldeia Me Nia Ibu, do povo Huni Kuî, na zona rural de Feijó. No boletim de ocorrência, ela relata que sofreu assédio, agressão física e estupro por parte do líder indígena.
A Polícia Civil do Acre afirmou que o caso está sendo tratado com prioridade, após a apresentação de provas como vídeo, imagens de lesões e comprovantes de pagamento da experiência.
Com base nesses elementos, a Justiça decretou a prisão preventiva de Isaka Ruy, que ainda não foi localizado. Segundo a polícia, ele teria deixado a comunidade antes da formalização da ordem judicial.
No entanto, a defesa contesta essa versão. “Dizer que ele está em fuga não corresponde à realidade. Ele permanece onde sempre esteve. Não há risco de evasão nem qualquer atitude que justifique a prisão. A versão dele diverge completamente da apresentada por ela, e estamos reunindo provas que contestam as alegações”, completou Farias.
A expectativa da defesa é de que a Justiça analise o pedido de revogação da prisão preventiva ainda nesta semana. Caso seja aceito, Isaka deverá se apresentar para prestar depoimento e acompanhar o andamento do processo em liberdade.
“Caso não seja concedido, traçar outra estratégia para que seja concedido de outra forma através de um habeas corpus ou outro pedido perante o juízo”, concluiu o advogado.