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Nova injeção contra HIV recomendada pela OMS já está disponível no Brasil?

Nova injeção contra HIV recomendada pela OMS já está disponível no Brasil?

Injeção contra HIV indicada pela OMS ainda não está disponível no Brasil - (crédito: Freepik)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu um passo importante na luta global contra o HIV. Em comunicado divulgado na última segunda-feira (14/7), a entidade recomendou o uso do lenacapavir injetável como nova opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus. Apesar do anúncio promissor, o lenacapavir ainda não está disponível no Brasil. Em resposta ao Correio, o Ministério da Saúde informou que o medicamento não possui registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que impede a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS).

No entanto, dois pedidos de registro — um na forma injetável e outro em comprimidos — já foram protocolados e estão em análise prioritária. Com eficácia comprovada igual ou superior a 99%, a injeção é aplicada apenas duas vezes ao ano, o que a torna uma alternativa prática e eficiente para pessoas que enfrentam dificuldades em manter o uso diário de comprimidos.

“É a melhor opção disponível enquanto aguardamos uma vacina contra o HIV”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O que está disponível no Brasil?
Atualmente, a principal estratégia de prevenção disponível pelo SUS é a PrEP oral, oferecida gratuitamente para populações-chave e pessoas em maior risco de infecção. Atualmente, o país atingiu a marca de 124,8 mil usuários de PrEP, mais que o dobro dos 50,7 mil registrados em 2022.

Além disso, o Brasil já conta com outra alternativa injetável aprovada pela Anvisa: cabotegravir, liberado em junho de 2023. Esse medicamento é aplicado a cada dois meses e representa uma opção para quem tem dificuldades com a rotina de uso diário da PrEP oral. Ele também está aprovado na forma de comprimido, utilizado para testar a tolerância do paciente antes de iniciar o tratamento injetável.

Lenacapavir x Cabotegravir: o que se sabe
Embora ainda não esteja liberado pela Anvisa, o lenacapavir apresenta uma importante vantagem sobre o cabotegravir: a necessidade de apenas duas doses por ano. Isso significa maior adesão e menor risco de abandono do tratamento. No entanto, A Anvisa destaca que “como o medicamento ainda não foi aprovado no Brasil, não é possível compará-lo diretamente ao cabotegravir em termos de segurança, eficácia e efeitos colaterais.”

A recomendação da OMS deve acelerar os trâmites regulatórios e impulsionar a incorporação do lenacapavir à rede pública e privada de saúde no Brasil. A Anvisa informou que os pedidos de registro estão sendo tratados como prioritários, o que pode indicar avanços nos próximos meses.

Por: Correio Braziliense

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