Em menos de uma semana, um doce virou febre em Rio Branco e causou um efeito inusitado: os morangos desapareceram das prateleiras dos mercados. O responsável? O Morango do Amor. A GAZETA conversou com uma família de servidores públicos que aproveitou a oportunidade do sucesso do doce para apostar em uma renda extra.
“Não somos uma doceria grande, somos uma família e o meu pai gosta muito de cozinhar. Como ele já fazia algumas comidas e doces deliciosos para vender, surgiu a ideia de fazermos o famoso ‘Morango do Amor’, conta Renata Mota, que divide a produção com os pais, Renato Mota e Marilene Silva, e os irmãos José Arthur (11 anos) e Flora.

A iniciativa se espalhou pelas redes sociais e grupos de mensagem. “A procura desses morangos está surreal, não imaginávamos que seria tanta pelo fato de não sermos tão conhecidos. Mas desde a [última] terça-feira, 15, já produzimos mais de 50 Morangos do Amor”, conta Renata.
Eles vendem a unidade por R$ 13, com opção de delivery ou retirada. Mas fazem questão de reforçar: “Pedimos sempre que façam as encomendas antes, pois como não temos muitos funcionários, fica bastante corrido, e sempre queremos entregar o melhor serviço e com a melhor qualidade”.
A rotina da família é intensa: “Nós trabalhamos fora todos os dias, até às 14 horas, então as produções começam na parte da tarde, mas procuramos pegar as encomendas um dia antes ou pela parte da manhã. No final de semana também nos jogamos nas produções, não tem essa não de descanso”.
Renata contou que a ideia de entrar na onda de fazer os morangos também foi motivada pelo alto custo do doce na cidade. “Aqui na nossa cidade os preços estavam muito caros e a procura era tanta que quando íamos procurar, não tinha mais”, lembra. “Eu aproveitei também para que pudéssemos ter uma renda extra, pois todos falavam que era sucesso nas vendas.”
O sucesso foi tão grande que nem todos conseguiram ser atendidos. “Ficamos tristes por não conseguir atender a todos, mas priorizamos a qualidade do serviço. Todo dia, a gente procura fazer uma quantidade boa para não deixar ninguém na mão, principalmente os clientes fiéis”.

Por enquanto, a produção é focada no tradicional: “Brigadeiro de ninho e a calda vermelha”. Mas a criatividade já está a mil. “Já testamos com a uva também e fica muito bom, mas por enquanto a procura é mais do morango mesmo.”
Renata também comentou como o doce se tornou tendência: “Não sei dizer ao certo como começou a febre, só sei dizer que vimos demais no TikTok, Instagram, uma galera postando e aí ficamos curiosos pra saber o que tinha de tão bom no Morango do Amor.”
A ideia de recomeçar veio depois de uma pausa na antiga doceria da família. “Nós iniciamos antes da pandemia, aí depois da pandemia paramos de fazer porque os valores dos produtos que usávamos para fazer os doces subiram muito. Então, os valores que cobrávamos não podiam mais continuar os meses”.
Agora, o doce virou símbolo de um novo começo. “Veio a oportunidade de recomeçar pelos morangos, que hoje tá um sucesso em todo Brasil, e para nós, foi uma forma de retornarmos com a nossa doceria em família”
“Virou esperança”
A empresária Patrícia Ganum, da doceria Coconut, afirmou, pelas redes sociais, que a nova febre tem ajudado, e muito, aos empreendedores do ramo. “O morango do amor foi além de um produto. Virou história, virou renda, virou esperança. Com poucos ingredientes e uma execução desafiadora, ele abriu portas”, disse.
Ainda segundo Patrícia, o doce fez a diferença na vida de muitas confeiteiras. “Ajudou gente a pagar conta, a lotar agenda, a acreditar de novo no próprio talento”.
A também empresária Maria Victoria Aguiar, da doceria Maria e João, postou nas redes que os estoques estão acabando rápido, em questão de minutos, inclusive. “Eu venho já, inclusive, agradecer a cada um que está comprando, mandando elogio. Quem tá conseguindo comprar, né? Mas a realidade é que está bem difícil de conseguir”, comemora.