No Julho Amarelo, mês de conscientização sobre as hepatites virais, o Acre aparece como um dos estados com maior redução na mortalidade por hepatite C no Brasil. Dados do novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta semana, mostram que o estado teve uma queda de 87% nas mortes pela doença entre 2014 e 2024 — passando de 23 para apenas 3 óbitos no período. As mortes por hepatite B também caíram, com redução de 54,5% (de 11 para 5).
Apesar dos avanços, o Ministério da Saúde destaca que o desafio agora é ampliar a testagem e garantir o início e continuidade do tratamento, especialmente nos casos de hepatite B, que não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos e acompanhamento regular.
A campanha nacional “Um teste pode mudar tudo”, lançada neste mês, reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos vacinas, testes e orientações claras disponíveis sobre o enfrentamento das hepatites. Por isso, quero chamar a atenção da população para a importância do diagnóstico precoce”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Números do Acre
Segundo o novo painel de monitoramento lançado pelo Ministério, o Acre indicou 3.863 pessoas para tratamento contra hepatite B até 2024. Destas, apenas 1.355 iniciaram o acompanhamento. Já em relação à hepatite C, 86 pessoas receberam indicação para tratamento e 63 iniciaram o cuidado. A meta é alcançar 80% de cobertura nos próximos anos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além do painel, o Ministério também lançou o Guia de Eliminação das Hepatites Virais, que orienta estados e municípios sobre estratégias de prevenção e oferece reconhecimento público aos que alcançarem metas de cobertura e eliminação da doença.
Testagem, vacina e tratamento gratuito
Os testes rápidos para hepatites estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde. A recomendação é que toda pessoa com mais de 20 anos realize o teste ao menos uma vez na vida. Em caso de diagnóstico positivo, o tratamento é oferecido integralmente pelo SUS, com medicamentos de alta eficácia.
A vacina contra a hepatite B é aplicada em três doses, recomendadas para pessoas de todas as idades que ainda não foram imunizadas. Para bebês, o esquema inicia ao nascer, com reforços aos 2, 4 e 6 meses, por meio da vacina pentavalente. Já a vacina contra a hepatite A é aplicada em dose única aos 15 meses de idade, com ampliação para crianças de até 5 anos.