O Acre registrou uma queda de 22,2% na taxa de homicídios nos últimos dez anos, segundo dados divulgados no site Brasil em Mapas, que usa como base os levantamento sobre a evolução da violência letal no Brasil. A taxa acreana passou de 26,1 homicídios por 100 mil habitantes em 2014 para 20,3 em 2024.
O resultado acompanha a tendência nacional de queda, que foi de 30% no mesmo período — saindo de 59,7 mil homicídios em 2014 para 44,1 mil em 2024. Em números absolutos, mais de 15,6 mil vidas foram poupadas ao longo da última década em todo o país.
Cenário nacional e regional
O Acre se insere em um contexto de melhora na segurança pública, especialmente visível em estados como o Distrito Federal, que liderou a redução com -67,9%, seguido por Goiás (-56,9%), Sergipe (-54,2%) e Rio Grande do Norte (-54,7%). Na contramão, o Amapá foi o único estado brasileiro a registrar aumento nos homicídios no período, com crescimento de 21,2%.
Na análise por região, o Norte — onde está o Acre — teve a menor redução proporcional, com queda de 24,7%, abaixo das médias do Centro-Oeste (-47,7%), Sudeste (-35,7%), Sul (-35,1%) e Nordeste (-21,7%).
O Acre em números
Apesar da redução nos homicídios, a taxa de 20,3 por 100 mil habitantes ainda coloca o Acre acima da média nacional. A situação na região amazônica continua desafiadora, marcada por disputas entre facções criminosas, tráfico de drogas e fragilidade na presença estatal em áreas de fronteira.
Outros estados da região Norte apresentaram quedas variadas no mesmo período:
- Pará: -34,3%
- Rondônia: -20,2%
- Amazonas: -13,3%
- Tocantins: -18,2%
- Roraima: -0,5%
- Amapá: +21,2%
Perspectivas e desafios
Especialistas apontam que a redução no número de homicídios é um indicativo positivo, mas ainda insuficiente para afirmar que a violência está controlada. O Acre, em especial, enfrenta uma série de vulnerabilidades, como baixa presença policial em áreas remotas, crescimento das organizações criminosas transnacionais e deficiências estruturais em políticas sociais.
A continuidade da queda dependerá da manutenção de políticas públicas de segurança eficazes, investimentos em inteligência policial, fortalecimento das instituições de justiça e ações integradas nas áreas de educação, saúde e assistência social.
A expectativa agora recai sobre a divulgação dos dados mais recentes, referentes ao biênio 2022–2024, que deverão indicar se o ritmo de redução se manteve ou sofreu reversões nos últimos anos.