O Acre registrou 15 casos confirmados de febre do Mayaro e 138 casos prováveis de Chikungunya nos primeiros seis meses de 2025, segundo informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Enquanto o Mayaro permanece uma arbovirose com foco em áreas rurais e de floresta, a Chikungunya apresentou queda geral de 33,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas com crescimento preocupante em municípios da Regional do Juruá, como Cruzeiro do Sul (91 casos), Porto Walter (alta de 300%) e Rodrigues Alves (alta de 100%).
A febre do Mayaro apresenta sintomas semelhantes aos da dengue — febre alta, dores articulares, dor de cabeça e manchas na pele — e tem baixa taxa de positividade (0,2%), com 8.722 amostras analisadas. Os casos estão distribuídos entre Cruzeiro do Sul (7), Rio Branco (5), Porto Acre (1), Mâncio Lima (1) e Rodrigues Alves (1). Desde que os testes começaram no estado, em abril de 2023, 26 casos foram confirmados até junho de 2025. O principal obstáculo, segundo a Sesacre, é a limitação na oferta de kits laboratoriais, o que pode comprometer a detecção de casos e esconder a real magnitude da circulação viral.
Chikungunya: concentração regional e perfil dos infectados
Apesar da redução nos números totais, a Chikungunya ainda exige atenção. A Regional do Juruá concentra 65,9% dos casos de 2025, sendo Cruzeiro do Sul o epicentro (91 casos, aumento de 26,4%). Porto Walter e Rodrigues Alves apresentaram aumentos percentuais significativos em relação ao ano anterior, mesmo com números absolutos menores.
A doença atinge principalmente adultos entre 35 e 49 anos, com leve predominância masculina (51,4%). Em 2025, 30 casos foram confirmados por diagnóstico laboratorial, o que, segundo a Sesacre, indica a eficácia da rede de testagem estadual.
Vigilância e prevenção reforçadas
Diante do avanço das arboviroses, a Sesacre recomenda uma série de medidas para conter a transmissão:
Para os municípios:
- Intensificar a vigilância epidemiológica e entomológica, com coleta oportuna de amostras;
- Realizar coleta de material até o 5º dia de sintomas e encaminhar ao Laboratório Central (Lacen);
- Eliminar criadouros de mosquitos e incentivar o uso de repelentes;
- Vacinar crianças e adolescentes contra a dengue, priorizando grupos mais vulneráveis.
Para a população:
- Eliminar água parada em recipientes e manter quintais limpos;
- Usar telas em portas e janelas e aplicar repelente diariamente;
- Procurar atendimento médico ao apresentar febre, dores articulares ou manchas na pele;
- Ficar atento às campanhas de conscientização promovidas pela saúde estadual.