O Acre registrou uma expressiva redução de 79,21% no número de queimadas no mês de junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os focos de incêndio por satélite em todo o país.
Segundo o levantamento, foram registrados 21 focos de queimadas neste ano, contra 101 ocorrências em junho de 2024 — período marcado por uma estiagem severa no estado, que contribuiu para o agravamento das queimadas e da crise ambiental.
Apesar do cenário mais favorável neste primeiro semestre, a preocupação das autoridades permanece. A estiagem que assolou o estado em 2024 levou os índices de queimadas a níveis alarmantes. Em setembro do ano passado, o Acre contabilizou 3.855 focos de calor, quase o dobro do registrado em agosto, que somou pouco mais de 1,9 mil ocorrências.
No acumulado de 2024, os números chegaram a 8.433 focos de queimadas, representando um aumento de mais de 32% em relação a todo o ano de 2023, quando foram registrados 6.388 focos.
Além do fogo, a qualidade do ar também se deteriorou de forma significativa. Em 23 de setembro de 2024, a cidade de Rio Branco enfrentou um dos piores episódios de poluição atmosférica já registrados. A plataforma internacional IQAir, que monitora a qualidade do ar em tempo real, apontou concentração de partículas finas (PM 2,5) de 605 µg/m³, valor 40 vezes superior ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15 µg/m³.
Previsão é de estiagem prolongada
Mesmo com a queda nas queimadas em junho, o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, alerta para a continuidade do período seco, o que pode levar a um novo aumento nos focos de incêndio nos próximos meses.
“Junho, julho, agosto, setembro — tudo com pouca chuva. Talvez só melhore no final de novembro ou na segunda quinzena de dezembro”, afirmou o oficial.