O Acre perdeu 23.744 habitantes entre 2017 e 2022, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa líquida de migração negativa no período foi de -28,7 por mil habitantes, colocando o estado como o segundo com maior evasão populacional proporcional no Brasil — atrás apenas do Distrito Federal (-35,5).
A estatística evidencia um problema crescente: o fluxo migratório de acreanos em busca de melhores condições de vida em outros estados, como Santa Catarina e Goiás, que têm apresentado números significativos.
Entre os fatores apontados em pesquisa divulgada pelo instituto Brasil em Mapas, responsável por divulgar os números, estão:
- Baixa diversificação da economia: com forte dependência do setor público e de atividades extrativistas, o Acre oferece poucas alternativas de trabalho em áreas industriais, tecnológicas ou de serviços especializados.
- Infraestrutura precária: gargalos em mobilidade urbana, saneamento básico, saúde e educação, especialmente no interior do estado, dificultam a fixação da população.
- Eventos climáticos extremos: inundações, secas severas e queimadas constantes afetam a vida rural e os centros urbanos, contribuindo para o deslocamento de famílias.
- Fuga de cérebros: a juventude, principalmente universitária ou recém-formada, tem buscado outras regiões para seguir a carreira profissional ou continuar os estudos, agravando o envelhecimento demográfico da população local.