Um dos criminosos mais procurados do Acre, Laurisley Fideles Mariano, conhecido como “Arrascaeta”, foi capturado na tarde desta quarta-feira, 16, em uma comunidade do Rio de Janeiro. A prisão ocorreu no Morro da Serrinha, zona norte da capital fluminense, e representa um duro golpe na articulação da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) com o estado do Acre.
Arrascaeta é apontado pelas autoridades como um dos fundadores do TCP no Acre e tem envolvimento direto em diversos homicídios. Acusado de altíssima periculosidade, ele estava foragido desde o fim de 2024 e vinha sendo monitorado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Acre. A troca de informações entre as forças de segurança dos dois estados foi decisiva para sua localização e captura.
Durante a abordagem, o criminoso tentou fugir pela Avenida Brasil e apresentou um nome falso aos policiais, mas teve a identidade confirmada após contato com a Polícia Civil do Acre, que já havia expedido mandado de prisão por homicídio. Ele foi encaminhado ao 21º Departamento de Polícia, em Bonsucesso.
Investigação
Segundo as investigações, Laurisley era parceiro de Jeremias Lima de Souza, morto em dezembro de 2024 no conjunto Cidade do Povo, em Rio Branco. Os dois se refugiaram no Rio de Janeiro, onde estreitaram vínculos com a cúpula do TCP carioca no Complexo do Israel. A missão era expandir a atuação da facção no Acre, infiltrando-se em organizações criminosas rivais.
Ainda conforme a apuração da DHPP, Jeremias voltou ao Acre com a missão de executar Francisco Gleison, o “Neném”, líder do Bonde dos 13 na Cidade do Povo. O plano fracassou, Jeremias foi morto e Laurisley permaneceu escondido no Rio, atuando como principal ligação entre o tráfico carioca e o crime organizado acreano.
Com a prisão de Arrascaeta, a Polícia Civil do Acre acredita ter desarticulado o principal canal de influência do TCP no estado. Nos próximos dias, o criminoso deve ser transferido para o Acre, onde responderá por homicídios e por participação em organização criminosa.
O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, José Henrique Maciel, classificou a prisão como estratégica no enfrentamento às facções. “A captura de Arrascaeta representa um marco importante na luta contra o crime organizado no Acre. Essa prisão é fruto de um trabalho de inteligência, integração entre forças de segurança e da persistência da nossa equipe da DHPP”, afirmou.