O custo da cesta básica alimentar subiu R$ 8,75 entre maio e junho em Rio Branco, passando de R$ 578,05 para R$ 586,80, segundo relatório divulgado pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan). A alta de 1,51% no período representa mais pressão no bolso dos trabalhadores, que agora precisam de 85 horas e 2 minutos de jornada para garantir apenas os itens de alimentação — um aumento de 1 hora e 16 minutos em relação ao mês anterior.
Somando os custos das cestas de alimentos, limpeza doméstica (R$ 82,33) e higiene pessoal (R$ 25,07), o valor total chega a R$ 694,20 por pessoa. Isso representa 45,7% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.518,00) e equivale a mais de 100 horas de trabalho — exatamente 100 horas e 36 minutos — para um trabalhador assalariado.
O principal vilão da cesta alimentar foi o pão, com aumento de 5,15% no mês, seguido pela banana (3,40%), o frango (3,08%) e o tomate (2,35%). Por outro lado, alguns itens apresentaram redução, como o arroz (-2,47%), manteiga (-1,69%) e açúcar (-1,59%).
Já a cesta de limpeza, mesmo com leve alta de 0,36%, teve aumentos em sete dos nove produtos analisados. O inseticida liderou as altas (+1,81%), seguido do sabão em pó (+1,58%). A cera para assoalho teve a maior queda de preço, com -2,69%.
Na cesta de higiene pessoal, houve aumento de 0,45%. O barbeador descartável foi o item que mais pesou (+3,41%), enquanto o papel higiênico caiu -2,00%. Para garantir os itens de higiene, o trabalhador precisou de 3 horas e 38 minutos em junho.
Famílias gastam mais de R$ 2,4 mil
O levantamento também calculou o custo para uma família padrão — dois adultos e três crianças — manter os itens básicos durante o mês. Em junho, esse gasto ficou em R$ 2.429,69, o equivalente a 1,60 salários mínimos. Se considerada apenas a cesta de alimentos, o valor representa cerca de 1,35 salários mínimos.
O relatório mostra que, mesmo com variações pequenas mês a mês, o custo das cestas vem subindo de forma constante desde o início do ano. Nos últimos seis meses, o acréscimo foi de R$ 13,08 no total das três cestas por pessoa, com destaque para os produtos de limpeza, que tiveram o maior percentual de aumento no período: 3,54%.
Com o desconto de 7,5% para a Previdência, o salário líquido do trabalhador comprometeu, em junho, 49,4% de sua remuneração apenas para adquirir as três cestas básicas. Só a de alimentação, por si só, exigiu 41,8% do valor líquido.