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Com a presença da ministra dos Povos Indígenas, FestCine Originários estreia na COParente

Com a presença da ministra dos Povos Indígenas, FestCine Originários estreia na COParente

Foto: Divulgação

Realizado pelo segundo ano consecutivo, o Festival de Cinema Indígena Itinerante – ‘FestCine Originários’ – deu início à sua programação nesta quarta-feira, 9 de julho, na Aldeia Yawatxivan, situada na Terra Indígena Yawanawa do Rio Gregório, em Tarauacá, Acre.

O festival integra a programação da COParente – atividade preparatória rumo à COP30, que será em novembro, em Belém (PA), com o objetivo de construir uma posição conjunta entre os povos e organizações indígenas do Acre e do Amazonas sobre temas-chave da COP30: clima, biodiversidade, salvaguardas, créditos de carbono e repartição de benefícios.

A estreia do FestCine Originários 2025 na conferência COParente conta com a participação da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, e da deputada federal (MG) Célia Xakriabá, da secretária de Estado de Povos Indígenas, Francisca Arara, bem como de lideranças indígenas de todos os povos originários do Acre.

“No ano passado estivemos com o FestCine Originários pela primeira vez no festival Mariri Yawanawa, com boa repercussão e avaliação positiva tanto dos moradores da aldeia Mutum quanto dos convidados de fora. Este ano, trouxemos o festival para o seminário COParente, a convite do cacique geral do Povo Yawanawa, Tashka Yawanawa. Na sequência, participaremos da edição 2025 do festival Mariri Yawanawa, levando dez filmes, entre curtas, médias e longas. São títulos que participaram de festivais nacionais e internacionais e diversas produções acreanas, destacando-se o filme ‘Saiati Munti’, da Nedina Yawanawá, que estreia no FestCine Originários. Há uma expectativa grande, principalmente entre os moradores da aldeia Mutum, para assistir ao documentário”, destaca o idealizador do festival, Moisés Alencastro, que participa do evento.

Na estreia foram exibidos quatro curtas-metragens: ‘Bimi Shul Kaya’ (direção: Isaka Huni Kuin e Zezinho Yube); ‘Brasil é Terra Indígena’ (direção: Maya Dourado); ‘Awara Nane Putane: Uma História do Cipó’ (direção: Sérgio de Carvalho) e ‘Sementes’, da cineasta Isabelle Amsterdam.

“É uma honra e uma alegria participar do FestCine Originários desde sua primeira edição e ter acompanhado todas as edições deste festival. O projeto é um xodó para mim, pois sair de Rio Branco, andar cerca de 13 horas de ônibus até a Vila São Vicente (que fica a 86 quilômetros de Tarauacá) e depois subir o rio Gregório por 3 horas de barco e depois mais 5 horas para chegar nas comunidades indígenas é muito especial. Durante as exibições, vemos nos olhos das pessoas e das crianças o brilho. Levar cultura para os povos originários que moram tão distantes dos grandes centros é gratificante e perceber a alegria deles é uma recompensa imensurável”, observa a assessora de comunicação do festival, Jackie Pinheiro.

O projeto, apoiado pelo governo federal e pela Prefeitura de Rio Branco, por meio do Ministério da Cultura e Fundação Municipal de Cultura (FGB), com financiamento da Lei Paulo Gustavo, pretende ecoar as vozes e narrativas dos povos originários, tecendo um panorama abrangente da produção audiovisual que transcende fronteiras étnicas e culturais.

Moisés Alencastro destaca o apoio recebido: “Agradecemos a parceria e todo o apoio ao nosso projeto, em nome do cacique geral do Povo Yawanawa, Tashka Yawanawa, e à ASCY [Associação Sociocultural Yawanawa]”.

A edição 2025 do FestCine Originários conta ainda com o apoio do deputado estadual do Acre, Edvaldo Magalhães, e da Chapelaria Sol e Lua.

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