A instabilidade da economia brasileira continua sendo apontada como o principal entrave para o consumo no mercado de Rio Branco. É o que revela a nova edição da pesquisa mensal realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio-AC), em parceria com o Instituto DataControl. Os dados foram divulgados na sexta-feira, 5, e refletem as percepções de 101 empresários e dirigentes de empresas comerciais da capital acreana, ouvidos no dia 17 de junho.
Segundo o levantamento, 73,2% dos entrevistados consideram a atual situação econômica do país uma ameaça significativa ao consumo. A preocupação também se estende ao avanço da informalidade, apontado como crescente por 72,3% dos participantes da pesquisa.
A pesquisa abrangeu empresas de diferentes segmentos: 30,3% atuam no setor de vestuário, seguidas por calçados e bolsas (15,2%), cosméticos (11,1%), acessórios (9,1%), eletrônicos e variedades (ambos com 6,1%), móveis e eletrodomésticos (5,1%), óticas (4,0%), farmácias (4,0%) e outros ramos (9,0%).
Perfil ideal: ensino médio e proatividade
Na hora de contratar, os empresários demonstram foco no perfil técnico e comportamental dos candidatos. A maioria (57,4%) dá preferência a pessoas com ensino médio completo, enquanto 31,7% consideram a escolaridade irrelevante para o desempenho da função.
O comportamento também pesa: 66% dos entrevistados valorizam a proatividade, enquanto outros 19,8% destacam a importância da qualificação profissional. A faixa etária é considerada indiferente por 50,5% dos entrevistados, mas a outra metade ainda mantém algum critério de idade ao selecionar colaboradores.
Saídas voluntárias lideram desligamentos
A pesquisa mostra que a maioria das demissões no comércio de Rio Branco são espontâneas, ou seja, por iniciativa do trabalhador (72,3%). Os desligamentos sem justa causa representam 19,8% e com justa causa, 7,9%.
Quanto à perspectiva de recuperação do equilíbrio entre oferta e demanda de empregos, 44,6% dos empresários acreditam que isso levará até cinco anos, enquanto 22,7% projetam esse cenário entre dois e quatro anos. Para 21,8%, não há previsão.
Planejamento formal domina
Apesar do cenário de incertezas, 89,1% das empresas ouvidas atuam com planejamento formal de vendas para o segundo semestre de 2025, demonstrando organização e estratégia para enfrentar os desafios. Apenas 10,9% disseram operar de forma mais intuitiva.
Quando questionados sobre as expectativas para o mercado de trabalho, 35,6% acreditam na estabilidade, 34,7% esperam crescimento e 28,7% preveem redução no ritmo de contratações.