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Estudo da ferrovia que passará pelo Acre deve ficar pronto em até dois anos, diz Simone Tebet

Estudo da ferrovia que passará pelo Acre deve ficar pronto em até dois anos, diz Simone Tebet

Foto: Reprodução/Governo Federal

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira, 9, na Câmara dos Deputados, que o estudo técnico para a implantação da ferrovia bioceânica que passará pelo Acre deve ser concluído em um prazo de até dois anos. O projeto, considerado estratégico para a integração regional, ligará o Brasil ao Peru, conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico, e tem potencial para revolucionar o transporte de cargas entre o país e o mercado asiático.

Durante audiência conjunta das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle; Viação e Transportes; e Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, Tebet detalhou o acordo firmado com a China para que a realização desses estudos técnicos seja feita sem custos para o governo brasileiro.

O memorando de entendimento prevê a elaboração de um estudo de viabilidade que avaliará a integração das ferrovias Oeste-Leste (Fiol), Centro-Oeste (Fico) e Norte-Sul (FNS), passando por estados como Rondônia e Acre, até a fronteira com o Peru, onde haverá conexão com o Porto de Chancay, na costa pacífica.

A ministra destacou que o prazo inicialmente previsto pelo Brasil para esses estudos era de até dez anos, mas a parceria com a China reduzirá esse tempo para cerca de 18 a 20 meses, acelerando significativamente o planejamento e viabilização do projeto.

“Serão de 18 a 20 meses dedicados à elaboração do projeto de viabilidade e, a partir daí, caberá ao próximo governo decidir sua implementação. Ainda assim, considero um presente que todos nós, Congresso Nacional e a política brasileira como um todo, podemos entregar ao Brasil”, explicou Tebet.

Além da rapidez na execução, o projeto da ferrovia bioceânica tem o potencial de reduzir em até 10 mil quilômetros e cerca de três semanas o tempo de transporte de produtos brasileiros para a Ásia, especialmente grãos, carnes, manufaturados e insumos industriais. A ferrovia surge como uma alternativa estratégica ao Canal do Panamá, facilitando a logística e ampliando a competitividade das exportações brasileiras.

Segundo a ministra, o interesse da China no projeto está ligado à necessidade de garantir um transporte eficiente para suas importações, especialmente para alimentar sua população.

“Nós vamos ganhar esse projeto e nós não vamos ganhar porque a China é boazinha. Nós vamos ganhar porque a China tem interesse de comprar mais barato, de comprar mais rápido. Ela precisa alimentar o seu povo. A Ásia precisa alimentar seu povo. Então, se o Brasil conseguir fazer ferrovias, que é o transporte mais seguro, mais rápido, mais econômico, para ela interessa”, afirmou.

O projeto faz parte do programa Rotas de Integração Sul-Americana, que tem o objetivo de fortalecer a infraestrutura de transporte no continente, promovendo maior integração econômica e desenvolvimento regional.

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