A rotina de Bianca Silva, mãe de Mylliane Silva dos Santos, de 15 anos, se transformou em uma corrida contra o tempo. Diagnosticada aos 9 anos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), Mylliane depende da bomba de insulina — um dispositivo médico considerado um “pâncreas artificial” — para manter-se viva. No entanto, desde maio, ela enfrenta a falta dos insumos necessários para o funcionamento do aparelho, que precisa ser trocado a cada três dias.
A GAZETA entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), nesta quarta-feira, 16, que afirmou que houve movimentação no processo e que, provavelmente, a adolescente deve receber os medicamentos nos próximos dias.
Bianca relata que entrou com o pedido de compra dos insumos no dia 7 de maio, por meio de decisão judicial, mas que o processo está parado desde 26 de maio na Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). “Toda semana eu ia até o local onde são liberadas as medicações judiciais, e diziam que estava em andamento. Fiz levantamento dos insumos que eu tinha e fui lá de novo porque estavam acabando. A resposta era sempre a mesma: ‘semana que vem chega’”, conta.
Segundo a mãe, a situação se agravou e hoje a adolescente só consegue manter a troca dos insumos graças a doações. “Ela ficou com um que pedi emprestado na segunda, e ontem consegui outro. Mas isso é extremamente arriscado. Sem os insumos, a bomba para de funcionar, e ela deixa de receber a insulina. O pâncreas dela não produz insulina. Se ela ficar sem, pode entrar em cetoacidose diabética e ir para a UTI”, explica.
Ainda de acordo com Bianca, a bomba de insulina foi obtida judicialmente. A primeira compra foi realizada por meio de alvará judicial, mas a segunda ficou sob responsabilidade da Sesacre. “Fui até a Sesacre pessoalmente. Me pediram prazo até ontem [15 de julho], e até agora nada. Minha filha está sem insumos e correndo risco de vida. Isso não se faz. É uma vida”, desabafa.
Na tentativa de buscar apoio, Bianca procurou a imprensa. “Eu sinceramente não queria chegar a esse ponto, mas é a vida da minha filha. Já estou correndo atrás de advogado, mas quero que todos saibam que não se brinca com vidas. Isso é um absurdo. Não vou esperar minha filha morrer para levar isso à mídia. Já deixei claro. Quero que saibam da gravidade. Isso é desumano.”