A morte trágica da enfermeira Jonnavila Mendes, de 32 anos, ocorrida no último domingo, 29, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Rio Branco, está sendo investigada pela Polícia Civil do Acre (PC-AC) como um possível caso de feminicídio. Em entrevista ao portal A GAZETA, a delegada responsável pelo caso, Juliana De Angelis, confirmou que o suspeito chegou a ser alvo de uma denúncia anterior por violência doméstica, mas, na ocasião, Jonnavila disse que não havia acontecido nada.
“Sim, ela negou ser vítima de violência doméstica”, afirmou a delegada, destacando que o processo de apuração segue em curso, com diligências sendo realizadas e com o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) ainda pendente de conclusão. “Estamos aguardando para apuração dos fatos”, enfatizou.
Segundo familiares e amigas de Jonnavila, a enfermeira vinha sofrendo agressões físicas e psicológicas há pelo menos oito meses. De acordo com relatos, ela escondia as marcas no corpo usando roupas compridas e dava desculpas para os hematomas, como quedas ou acidentes domésticos. A situação teria se agravado nos últimos meses, com o companheiro, A. P. S. L., exercendo controle sobre sua rotina, retirando seu celular, restringindo suas saídas e até a impedindo de frequentar o trabalho ou a academia.
Uma familiar da vítima relatou que Jonnavila só conseguia manter contato durante a madrugada, por meio das redes sociais. “Ela começou a mandar mensagem dizendo que ele batia nela, que tomava o celular, que proibia ela de tudo”, contou.
Prisão em flagrante após ameaças
Após levar a companheira à UPA com sintomas de dor e falta de ar — onde ela morreu pouco tempo depois — o suspeito fugiu do local com o carro e o celular da vítima. Posteriormente, retornou à unidade de saúde e, ao encontrar familiares de Jonnavila, teria proferido ameaças de morte.
“Disse que se fosse preso, eu pagaria com a vida”, contou uma parente que pediu anonimato.
O homem foi preso em flagrante após invadir a casa da mãe da testemunha, acreditando que o corpo da enfermeira estivesse sendo velado ali. Ele estava portando um canivete, acompanhado por dois irmãos também armados. Na ocasião, ele teria admitido ter agredido a vítima, tentando justificar marcas visíveis com a afirmação de que “a mordeu”.