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Rio Acre registra nova baixa e amanhece abaixo de 2 metros em Rio Branco

Rio Acre registra nova baixa e amanhece abaixo de 2 metros em Rio Branco

Foto: Juan Vicent Diaz

O nível do Rio Acre voltou a cair e marcou 1,99 metro na medição realizada na manhã desta quinta-feira, 3, em Rio Branco, segundo dados da Defesa Civil Municipal. É a primeira vez que o manancial atinge um nível inferior a 2 metros este ano.

Na quarta-feira, 2, o nível havia sido de 2 metros, e na terça, 1º, estava em 2,03 metros. A capital acreana segue há oito dias consecutivos sem registro de chuva.

A tendência, segundo o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, é de agravamento do quadro nos próximos meses. Ele ressalta que, embora os dados atuais ainda não tenham superado os piores registros da série histórica, o cenário é preocupante diante da previsão de ausência de chuvas e dos impactos em áreas urbanas e rurais.

“Até anteontem, estávamos com o terceiro pior nível do Rio Acre, atrás apenas dos anos de 2016 e 2024. Mas chama a atenção o fato de que, em 2023, nesta mesma época, o nível era maior — e mesmo assim chegamos à segunda pior marca da história, com 1,25 metro. Se a tendência continuar, podemos alcançar níveis semelhantes ou até piores em setembro, que é historicamente o mês mais crítico”, explicou.

O coronel aponta que o déficit acumulado de chuvas nos meses de maio e junho contribui para a diminuição contínua do nível do rio. “Não temos previsão de chuva para os próximos dez dias. Com isso, o rio deve seguir em queda e podemos enfrentar uma seca muito grave, mesmo que não tão severa quanto a do ano passado. Já iniciamos a operação de estiagem na zona rural e a situação também é tensa na zona urbana, especialmente em relação ao funcionamento das bombas da estação de abastecimento.”

Falcão também destacou que a situação do Rio Acre serve como termômetro para o restante do estado. “Poços já secaram, represas estão vazias, e isso afeta diretamente o abastecimento das comunidades rurais. Estamos num momento de neutralidade climática, sem influência direta de El Niño ou La Niña, mas mesmo assim o impacto está sendo muito forte. Abril choveu bem acima da média, mas a partir de maio houve uma queda brusca.”

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