O Acre registrou queda significativa nos casos de roubo e furto de celulares em 2024, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta quinta-feira, 24. No total, foram contabilizados 1.703 roubos e 1.586 furtos de celulares no estado ao longo do ano.
A redução nos roubos foi expressiva: 29,1% a menos em relação a 2023, quando foram registrados 2.390 casos. Já os furtos — modalidade sem uso de violência — permaneceram estáveis, com leve queda percentual.
A diferença entre os dois crimes é essencial para entender os impactos sociais: enquanto o furto ocorre sem que a vítima perceba no momento da ação, o roubo envolve ameaça ou violência direta, podendo deixar marcas físicas e psicológicas.
A tendência de queda observada no Acre acompanha o cenário nacional. Em todo o Brasil, houve retração de 12,6% nos registros de roubos e furtos de celulares em 2024 — o menor número desde 2018, início da série histórica analisada. Entre os fatores que explicam esse recuo estão o avanço de políticas de rastreamento e bloqueio de celulares roubados, como o modelo adotado pelo Piauí, que liderou a redução com queda de 29,7% nas ocorrências.
Especialistas do Anuário Brasileiro apontam ainda que o crime de subtração de celulares é sensível a políticas públicas focadas, mas também sofre influência direta de dinâmicas sociais e urbanas. Exemplo disso foi a queda acentuada nos anos da pandemia de Covid-19 (2020-2021), reflexo das restrições de mobilidade. Já em 2022, com a retomada da circulação, houve aumento de 15,3% nos registros.
Outro dado relevante do Anuário é a inversão da relação entre roubo e furto. Desde 2023, os furtos passaram a representar mais da metade das ocorrências de subtração de celulares. Em 2018, eles eram 43,7% dos casos; em 2024, já são 56%. Esse dado pode sugerir uma possível redução da violência envolvida nas subtrações, embora os casos mais graves — como latrocínios — passem a ser registrados de forma separada, o que exige cautela nas análises.