O Atlas da Violência 2025 revelou um dado preocupante sobre o Acre: o número de homicídios ocultos — mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) — aumentou 300% em apenas um ano. Em 2023, foram 12 casos a mais que no ano anterior, elevando a taxa de 0,3 para 1,3 por 100 mil habitantes.
Homicídios ocultos são as mortes violentas em que os estados não conseguiram identificar as suas causas básicas – se ocorreram por conta de um acidente, de suicídio ou se foi um homicídio, por exemplo. Estes óbitos são chamados tecnicamente de Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI).
Apesar de representar uma parcela menor do total de mortes violentas no estado, esse crescimento levanta um sinal de alerta sobre a dimensão real da violência. Segundo o relatório, o Acre registrou, no ano passado, uma taxa estimada de 25,1 homicídios por 100 mil habitantes.
O número considera tanto os homicídios oficialmente registrados quanto aqueles que podem estar ocultos entre as mortes sem causa determinada.
Jovens seguem entre os mais afetados
A juventude continua sendo o grupo mais exposto à violência letal. Em 2023, o estado registrou uma taxa de 40,5 homicídios por 100 mil jovens de 15 a 29 anos, número que chega a 74,3 quando se considera apenas os homens. Ainda que tenha havido uma leve redução em relação a 2022, os índices seguem altos.
Entre adolescentes de 15 a 19 anos, a taxa foi de 32,8 homicídios por 100 mil, com uma queda de 24,6% em relação ao ano anterior. As armas de fogo continuam sendo o principal meio utilizado, respondendo por mais de 80% das mortes de jovens no estado.
Os números também indicam a presença da violência entre os mais jovens. Na faixa de 0 a 4 anos, foram registrados três homicídios em 2023, resultando em uma taxa de 3,6 por 100 mil — um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Já entre crianças de 5 a 14 anos, houve queda para 0,6 por 100 mil, mas o relatório chama atenção para o número de mortes com causa não esclarecida nessa faixa etária.