Diante do agravamento da estiagem e do aumento dos focos de incêndio em áreas urbanas, a Prefeitura de Rio Branco reuniu na manhã desta terça-feira, 15, donos de imobiliárias, loteamentos e grandes áreas da capital para firmar uma aliança de combate às queimadas. O encontro ocorreu no gabinete do prefeito Tião Bocalom e contou com a presença da secretária municipal de Meio Ambiente, Flaviane Bittar, do secretário da Casa Civil.
O prefeito destacou que, apesar da redução expressiva de queimadas nos últimos anos — de 3.500 focos para cerca de 600 —, os riscos continuam altos. Ele reforçou que a prefeitura busca colaboração, e não confronto. “Nós nunca corremos atrás de fazer multas. Acho que multa não resolve o problema. O que resolve é a educação ambiental. Essa é a nossa prioridade: educar e conscientizar”, afirmou.
Bocalom apelou diretamente aos empresários: “Estamos pedindo socorro, em nome da população de Rio Branco. Os que mais sofrem são as crianças, os idosos. Tivemos até óbitos por pneumonia agravada pela fumaça no ano passado. Isso é uma questão de saúde pública”.

A secretária de Meio Ambiente, Flaviane Bittar, relatou que a Semeia já recebeu mais de 100 denúncias de queimadas apenas este ano e que a fiscalização está em campo. Segundo ela, mesmo quando a queima é causada por terceiros, os donos dos terrenos podem ser responsabilizados. “A multa mínima é de quatro unidades fiscais, mas pode ser muito maior, dependendo da área queimada. O proprietário tem responsabilidade solidária. A gente notifica, e ele pode apresentar defesa se não for o causador.”
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-AC), Márcio Costa, também participou da reunião e reforçou que o mercado imobiliário tem papel importante na prevenção. “Grande parte dos incêndios acontece em vazios urbanos, muitas vezes em áreas de preservação. Isso afeta diretamente o setor e a saúde de todos. Podemos contribuir com campanhas de conscientização junto aos clientes e parceiros”.
A prefeitura pretende intensificar ações de orientação, como roçagem e limpeza dos terrenos, e aposta na articulação com os empresários como peça-chave para enfrentar a temporada de seca. “Se cada um cuidar da sua área, roçar, gradear, evitar o acúmulo de material inflamável, já teremos um impacto enorme”, concluiu Bocalom.