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Naluh critica ausência do povo em dispositivo de honra de audiência sobre orçamento público

Naluh critica ausência do povo em dispositivo de honra de audiência sobre orçamento público

A conselheira do Tribunal de Contas do Acre (TCE), Naluh Golveia, criticou a ausência de representação popular no dispositivo de honra da audiência pública sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2026, promovida pela Assembleia Legislativa (Aleac) na manhã desta segunda-feira, 7.

Na ocasião, participaram da mesa representantes do parlamento, governo, Judiciário, Ministério Público (MPAC), entre outros. A ex-deputada estadual integrou o dispositivo em nome de sua instituição, o TCE, e reforçou a importância de debates sobre verba pública terem, na mesa, espaço para a sociedade civil organizada.

“Sou totalmente contra discutir orçamento a partir dos poderes. É tanto que a composição da mesa não coloca as associações, os sindicatos, as lavadeiras. Então a visão sobre o dinheiro público é sempre dos poderes – e isso precisa ser desconstruído para que o povo possa se apossar do orçamento”, disse a conselheira.

Naluh critica ausência do povo em dispositivo de honra de audiência sobre orçamento público
Sem povo no dispositivo de honra da audiência pública – Foto: Leandro Chaves

Gouveia afirmou que está na hora de os poderes e seus órgãos, entre eles o TCE, reconhecerem que já possuem muito dinheiro. Segundo ela, 25% da fatia do orçamento público no Acre vai para as instituições.

“O dinheiro tem que ir para o povo. Tem que ir para o Executivo para que sejam construídas casas, para dar educação e saúde de qualidade, para que a gente não tenha que ver crianças sendo queimadas ao nascerem”, disse, em referência à bebê que sofreu graves queimaduras de 2º e 3º graus em um hospital de Cruzeiro do Sul.

A ex-deputada de esquerda foi além. Ela sugeriu, diante de deputados e secretários de governo, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a renúncia fiscal de R$ 625 milhões que o governador Gladson Cameli, do Progressistas, planeja para o orçamento público do ano que vem.

“Não estou dizendo que sou contra a renúncia em si, mas questionando a necessidade dela. Renúncia fiscal é dizer ‘eu não quero esse dinheiro’ – que poderia ser usado para construir casas, melhorar a educação e a saúde. E, ao invés disso, estou abrindo mão em favor de empresários? É preciso investigar quem está se beneficiando do dinheiro que deveria ir para o povo”, disse Naluh, que foi aplaudida pelos sindicatos presentes na audiência.

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