O presidente da Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), Clendes Vilas Boas, desistiu de comparecer à Câmara de Vereadores para dar explicações sobre as denúncias de assédio moral, supostamente praticado por ele contra servidores do órgão.
Na semana passada, após ser criticado por parlamentares de oposição, o gestor disse que compareceria ao parlamento-mirim nesta terça-feira, 19, de forma voluntária. Na ocasião, ele chegou a convocar apoiadores a lotar a galera da Câmara.
No entanto, na noite de quinta, 14, durante entrevista a uma emissora de TV local, Clendes conseguiu piorar sua situação na Câmara ao afirmar que, se houvesse investigações contra vereadores sobre compra de voto, todos se complicariam.
“Se for levar [denúncias] a sério, não fica nenhum vereador lá. Porque acho que todos têm problemas com o negócio da eleição. Se eu for arrumar uma tese aqui de fazer uma denúncia de qualquer parlamentar e procurar provas, a gente encontra. O cara vai falar ‘ah, esse aqui ele me pagou esse voto’. Sempre aparece alguém pra fazer [a denúncia]. Às vezes é até mentira”.
E continua: “Se eu for sair em campo, porque eu sou um cara popular dentro das comunidades, e procurar alguma coisa das pessoas que estão me atacando vai surgir centenas de pessoas para dizerem ‘olha, ele me pagou tanto no voto’. Aí é só reunir essas pessoas e levar na Câmara e pedir a cassação do vereador, entendeu?”.
As declarações geraram mal-estar a ponto de o líder do prefeito Tião Bocalom (PL) na Casa, Márcio Mustafá (PSDB), além de integrantes da mesa diretora, passar a defender o afastamento imediato de Clendes.
O gestor teria alegado problemas de saúde para não comparecer à sessão.