A violência doméstica e familiar contra a mulher ainda marca dados alarmantes. De acordo com um levantamento realizado pela Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio do Departamento de Inteligência e da Coordenação de Dados Estatísticos, já foram contabilizados 2.344 casos de janeiro a agosto deste ano em todo o estado.
O perfil das vítimas é claro: a maioria são mulheres jovens, de 18 a 39 anos, e pardas. Juntas, as faixas etárias de 18 a 29 anos (878 registros) e de 30 a 39 anos (668 registros) representam 65% de todas as ocorrências. A violência também atinge meninas e adolescentes de até 17 anos (113 registros), mulheres de 40 a 49 anos (413), de 50 a 59 anos (166) e idosas com 60 anos ou mais (114).
Quanto ao recorte racial, as mulheres pardas lideram os números, com 1.110 registros, seguidas por brancas (265), pretas (143), indígenas (34) e amarelas (12). Outros 125 casos foram classificados em “outros” e há 58 ocorrências sem informação.
Capital lidera os casos
A capital Rio Branco concentra quase a metade de todos os registros, com 1.118 casos distribuídos entre suas três regionais. Somente a 1ª Regional foi responsável por 635 ocorrências. Cruzeiro do Sul aparece em segundo lugar, com 240 registros, seguido de Sena Madureira (146), Tarauacá (141), Feijó (89), Brasiléia (77) e Senador Guiomard (76). Municípios menores, como Jordão (7 registros) e Santa Rosa do Purus (24), também aparecem no levantamento.
No total, o interior registrou 1.226 casos, superando a capital, o que mostra que o problema não se restringe a áreas urbanas mais populosas.
Evolução mensal
O estudo também demonstra um crescimento mês a mês em 2025. Janeiro registrou 365 ocorrências, número que subiu para 349 em fevereiro, 383 em março, 396 em abril e alcançou os maiores índices em maio (423) e junho (427).