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‘Lula vai colher benefícios por ser atacado por Trump, mas deve evitar briga maior’, diz Economist

'Lula vai colher benefícios por ser atacado por Trump, mas deve evitar briga maior', diz Economist

Foto: Reuters/Nathan Howard

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai colher benefícios por ter sido atacado pelo presidente americano Donald Trump, mas deve evitar transformar isso em uma briga maior. É o que afirmou a revista britânica The Economist, em publicação na última sexta-feira, 8.

O texto fala sobre a reação de Lula ao tarifaço de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, que entrou em vigor nesta semana.

Um dos motivos citados por Trump para a taxação foi o tratamento dado a Bolsonaro pela Justiça brasileira no processo em que ele é acusado de tramar um golpe de Estado.

“Trump está indignado com o fato de seu aliado, Jair Bolsonaro, ex-presidente da direita radical do Brasil, estar sendo julgado, acusado de planejar um golpe”, diz a publicação.

A revista lembra que o Brasil não foi o único visado por razões políticas, citando o exemplo do Canadá. “Trump alertou Mark Carney, primeiro-ministro do Canadá, que reconhecer um Estado palestino tornaria as negociações comerciais muito difíceis”.

Para a The Economist, o caso do Brasil é o “mais claro, até agora, de Trump usando o comércio como instrumento para interferir nos assuntos de outro país.”

Lula reagiu duramente ao tarifaço de Trump. Acusou o presidente americano de querer interferir na Justiça brasileira e reafirmou a independência do STF e a autonomia do Brasil.

Muitos viram na crise um ganho de imagem para Lula, que enfatizou a defesa da soberania e o nacionalismo frente à ofensiva do governo americano.

A The Economist ressaltou no texto que o impacto do tarifaço parece “provavelmente limitado” no Brasil, já que “suas exportações corresponderam a menos de um quinto do PIB no ano passado, em comparação a mais de um terço no México e mais de 70% em economias asiáticas abertas, como Vietnã e Tailândia.”

Relata ainda que só 13% das exportações estão expostas às taxas de Trump e destacou que o Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, manteve sua previsão de crescimento do PIB para este ano inalterada em 2,3%.

Para a revista, ainda há riscos no caminho. A publicação citou fala de Lula de que consultaria outros membros do Brics (grupo de 11 economias de mercados emergentes que inclui Índia e China) sobre formas de combater as tarifas de Trump. “Isso poderia. muito bem desencadear uma guerra comercial crescente”, diz a publicacão.

Por Correio Braziliense

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