O custo da cesta básica em Rio Branco apresentou nova elevação em julho de 2025 e reforçou o peso dos itens essenciais no orçamento das famílias. Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), divulgado nesta segunda-feira, 25, o trabalhador que recebe um salário mínimo R$ 1.518 precisou comprometer 45,9% da renda para adquirir os produtos de alimentação, limpeza e higiene pessoal.
A cesta alimentar fechou o mês em R$ 587,48, com alta de 0,12% em relação a junho. O destaque negativo foi o tomate, que disparou 7,86% devido à menor oferta no mercado, impactada pelo frio e pelas geadas que retardaram a maturação dos frutos. Também ficaram mais caros a mandioca (0,84%), o leite (0,70%) e a farinha de mandioca (0,32%).
Por outro lado, itens importantes do dia a dia tiveram queda. O arroz apresentou recuo de 4,17%, influenciado pelo aumento da área cultivada e pela menor demanda, segundo o DIEESE. Também registraram queda o frango (-3,34%), a banana (-2,72%) e o feijão (-2,17%).
Para comprar apenas os alimentos básicos, o trabalhador precisou dedicar 85 horas e 8 minutos de jornada — seis minutos a mais do que em junho. O tomate, novamente, foi o item que mais exigiu esforço: quase 15 horas de trabalho. Já o arroz, mesmo mais barato, ainda correspondeu a cerca de 2h30 de labor.
Limpeza e higiene pressionam
A cesta de limpeza doméstica subiu 1,24%, passando a custar R$ 83,35. A vassoura piaçava (2,48%) e o sabão em pó (2,31%) puxaram a alta, enquanto o detergente caiu (-0,74%) e a cera para assoalho manteve estabilidade. Para adquiri-la, o trabalhador teve que dedicar 12 horas e 4 minutos de trabalho.
No caso da higiene pessoal, a cesta custou R$ 25,38, uma alta de 1,25%. O barbeador descartável aumentou 3,13%, seguido pelo sabonete (2,26%) e o creme dental (1,81%). O absorvente foi o único item que apresentou queda (-1,82%). Para adquirir todos os produtos, foram necessárias 3 horas e 40 minutos de jornada.
Família padrão sente mais o peso
O impacto é ainda maior quando considerada uma família padrão, composta por dois adultos e três crianças. Para manter as três cestas, o gasto mensal chegou a R$ 2.436,77 em julho — o equivalente a 1,61 salário mínimo. Só a alimentação respondeu por R$ 2.056,20 desse total.
No acumulado de fevereiro a julho de 2025, os custos das cestas aumentaram 1,54%. A de limpeza doméstica foi a que mais subiu (3,77%), seguida pela de higiene pessoal (2,45%) e pela alimentar (1,20%). No mesmo período, o tempo total de trabalho necessário para aquisição das três cestas passou de 99h22 para 100h54, um acréscimo de 1h32.
Mesmo pequenas variações, apontam os pesquisadores, têm grande efeito no dia a dia: quase metade do salário líquido, já descontada a Previdência Social, ficou comprometida apenas para garantir o básico em julho — 49,6% da renda do trabalhador.